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Mato Grosso tem duas vítimas por dia de infecção generalizada

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Em Mato Grosso, 906 pessoas morreram por infecção generalizada (sepse) no período compreendido entre julho de 2015 e julho deste ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Esse número corresponde a duas mortes por dia, mas pode ser ainda maior, uma vez que a doença não tem notificação compulsória. A Grande Cuiabá concentra 83% dos óbitos, sendo 534 na capital e 227 em Várzea Grande. Hoje, no Dia Mundial da Sepse, a mobilização visa alertar a população e a comunidade médica sobre a ocorrência desta doença e evitar que novas mortes aconteçam.

A sepse é o agravamento de um quadro infeccioso, que pode estar em uma só parte do corpo, mas provoca em todo o organismo uma inflamação, na tentativa de combater a infecção. Essa inflamação pode acabar comprometendo o funcionamento de vários órgãos do paciente, resultando no óbito. “É uma doença silenciosa porque não é debatida com a população. No entanto, mata mais do que o infarto. É um problema de saúde pública”, avalia o médico infectologista Luciano Corrêa Ribeiro.

O profissional explica que o perfil da população sofreu uma mudança, ou seja, existem mais pessoas imunossuprimidas, o que quer dizer um sistema imunológico com baixa atividade como, por exemplo, aqueles que estão em tratamento do câncer. Assim, são mais suscetíveis ao aparecimento de doenças, dentre elas as infecções. “Por isso, a orientação é que se procure um médico assim que o paciente adoece para evitar que o quadro se agrave”.

Todavia, muitos já procuram atendimento em estágio avançado, o que resulta em um outro cenário da saúde: a ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Dados de estudos epidemiológicos, coordenados pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), apontam que cerca de 30% desses leitos, em nosso país, são ocupados por pacientes com sepse grave e a taxa de mortalidade neste grupo pode chegar a 55%. “A maioria esmagadora dos pacientes está em tratamento para algum tipo de infecção, fazendo o uso de antibióticos”.

Dentro deste contexto, Ribeiro complementa que os profissionais também precisam estar mais atentos à doença para auxiliar no diagnóstico precoce e, consequentemente, ao tratamento efetivo. “A falha em reconhecer a doença atinge também os profissionais da saúde, como um todo. Em muitos casos, o paciente chega com os sintomas, mas é diagnosticado com uma virose ou alguma outra patologia assim”.

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