O associativismo tem se mostrado uma estratégia essencial para o fortalecimento das empresas no Brasil, especialmente em um ambiente econômico desafiador. Conforme dados do painel do mapa de empresas do portal.gov.br já são mais de 21,3 milhões de empresas ativas no país. Observa-se que em 2024 o cenário continua com alta taxa de abertura, porém também de fechamento de negócios — foram mais de 3,27 milhões de novas empresas abertas, enquanto 1,87 milhão foram extintas. Tendo Mato Grosso como um dos Estados que mais se destaca pelo desenvolvimento econômico, já soma mais 446 mil empresas ativas, e mesmo assim, a taxa de extinção apesar de ficar abaixo da média nacional passa de 57%, é alta, com percentuais que giram em torno de 49% em comparação ao número de aberturas.
A realidade dos negócios no Brasil, onde, conforme a BigDataCorp, empresa de análise de dados da América Latina, 51,15% das empresas não sobrevivem mais de três anos e 89% não chegam aos cinco anos, ressalta a urgência de um suporte mais robusto para os empreendedores. Essa é uma clara indicação de que a cultura do empreendedorismo necessita evoluir para incorporar o associativismo como uma prática fundamental.
O associativismo, fundamentado em princípios como “Juntos Somos Mais Fortes” e “A união faz a força”, promove a formação de uma rede de apoio entre empresas e indivíduos, resultando em diversas vantagens. Primeiro, o associativismo proporciona uma voz coletiva que pode ser ouvida em fóruns de decisão, influenciando políticas públicas e defendendo interesses comuns.
Além disso, associar-se a organizações pode abrir portas para acesso a crédito, capacitações, soluções que reduzem custos operacionais e otimizam melhora de faturamento e, informações que seriam difíceis de obter individualmente. A troca de ideias e experiências incentivada por networkings e fóruns dentro de associações pode impulsionar inovações e a melhoria contínua dos processos empresariais. Também, problemas como a burocracia elevada, tributações altas, alto custo operacional, falta de profissionalização e acesso limitado a mercados são obstáculos comuns que podem ser enfrentados de forma mais eficaz quando as empresas se unem.
Ademais, as associações não apenas auxiliam empresas em sua sobrevivência, mas também promovem práticas de responsabilidade social e ambiental, impactando positivamente a comunidade. Atualmente, existem aproximadamente 880 mil organizações civis no Brasil, sendo que 81% delas são sem fins lucrativos. Dentre essas, quase 200 mil estão ligadas a setores produtivos, como as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs), associações industriais e comerciais, que representam mais de 4 milhões de CNPJs de diversas atividades econômicas. Essas entidades são fundamentais para a formação de um ecossistema que valoriza o associativismo como um meio de sobrevivência e crescimento para os empresários.
Em um cenário onde as dificuldades para empreender são crescentes, é inegável que o associativismo se apresenta como uma ferramenta indispensável para a sustentabilidade das empresas. Ao promover a união e a colaboração, ele não apenas ajuda a mitigar riscos, mas também potencializa oportunidades. Para que os empresários brasileiros prosperem, é crucial que o associativismo passe a ser uma matéria importante nas discussões sobre empreendedorismo, reforçando que, em um mercado tão competitivo, a força do coletivo pode fazer toda a diferença.