Cerca de 100 estudantes e 40 professores do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) participaram de mais uma etapa do projeto Células Empreendedoras, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secitec). As atividades, que começaram no dia 30 de agosto, foram encerradas ontem com a escolha de três grupos que participarão, nos próximos dois meses, de maratonas de conhecimento na área de empreendedorismo. Os projetos apresentados foram na área de agronegócio, educação, alimentação e mobilidade.
Até o momento, três grupos de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) já foram selecionados no mês de julho e também integrarão as maratonas. Na próxima semana será a vez dos estudantes da Universidade do Estado de Mato Grosso apresentarem as ideias empreendedoras, para concorrerem a vagas e seguirem no projeto.
Para a titular da Secitec, secretária Luzia Helena Trovo, o projeto tem o objetivo de atingir a comunidade acadêmica para que seja criado um ecossistema de tecnologia e empreendedorismo junto aos estudantes de Mato Grosso. Segundo ela, essa cultura precisa ser cultivada no Estado e atingir tanto o setor público como o privado.
“Esse trabalho que se inicia pelas universidades públicas, também tem a expectativa de se estender para as instituições de ensino superiores privadas e também as empresas. É preciso que todos compreendam a importância do empreendedorismo e saibam os benefícios da tecnologia e o que ela poderá agregar aos seus produtos”, reforçou Trovo.
Luzia Helena ainda reforçou que os participantes têm buscado meios de elevar a capacidade técnica e científica do Estado. “É nesta perspectiva que o projeto está sendo realizado em Mato Grosso. Pelos depoimentos dos alunos, conseguimos perceber o interesse dos estudantes, pois dessa forma eles conseguem por em prática o que aprendem na sala de aula. Para os professores isso também é gratificante”.
Estudante do curso de Engenharia de Alimentos, Cristopher Pölzl, conta que o projeto “Células Empreendedoras” foi importante para o aprendizado e aperfeiçoamento das ideias de seu grupo. Junto com outros seis estudantes da área, Pölzl conta que a proposta apresentada é de reaproveitamento de uma substância chamada RC, que é retirada do malte após processamento. A ideia é que o produto seja integrado à farinha de trigo para que o valor nutricional seja aumentado.
“Aprendi muito nesta semana sobre o mercado empreendedor. Foi uma experiência enriquecedora, justamente pelo prazer de estar aprendendo na prática. A nossa ideia é fazer com que esta substância seja utilizada em qualquer indústria panificadora e por qualquer cidadão. Este subproduto chamado RC é rico em fibras e proteínas. Quando adicionando em qualquer alimento, este passa a ter um valor nutricional muito grande”, destacou Pölzl.
Idealizador do “Células Empreendedoras”, o professor da Universidade de Pernambuco (UFPE), Genésio Gomes conta que a realização do projeto em Mato Grosso tem sido bem sucedida. Segundo ele, um dos projetos que foi selecionado durante as atividades na UFMT chegou a ser destaque na Campus Party 2016.
“No IFMT não esperamos algo diferente, pois o comprometimento dos alunos e professores foi grande. Todos participaram ativamente dos trabalhos realizados durante a semana, fazendo pesquisas, indo in loco na tentativa de validar os produtos a serem apresentados. Estamos ansiosos com os resultados. Todos estão de parabéns pelo nível intelectual. Outro fator que é inédito em Mato Grosso é a participação de alunos de instituições tecnólogas, que têm construído ideias muito boas e com condições de competir com propostas de estudantes mais velhos”, destacou Gomes.
Professor e diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica do IFMT, Alencar Garcia Bacarji, conta que o projeto desenvolvido pelo Governo do Estado tem contribuído para a formação dos alunos. Segundo ele, a participação dos jovens e dos educadores reforça o compromisso com a cultura empreendedora. Atualmente, o IFMT conta com 19 campus em Mato Grosso.
“Este projeto é importante, pois traz a cultura do empreendedorismo para a instituição. Para nós, do ensino técnico, médio e superior é um desafio. Pois traz a transversalidade que há entre a pesquisa, ensino e extensão, fazendo com que o empreendedorismo seja objeto de estudo”, confirmou Bacarji.