Ontem foi um dia de começo e recomeço para os alunos da Educação Básica. A data marcou o início do ano letivo na rede estadual de ensino e o primeiro dia no projeto referência “Educação Integral em Tempo Integral” da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc). Neste primeiro dia ficou demonstrado para os educadores que é preciso paciência mas, acima de tudo, vontade e interesse de todas as partes.
Uma das quatro unidades de ensino médio a adotar o modelo, a Escola Estadual José de Mesquita, na Capital, contou com a presença de mais de 90% dos estudantes matriculados no Ensino Médio no primeiro dia de aula em período integral, que começou às 7h30 e se estendeu até as 15h30. Antes de cada aula, os alunos foram apresentados aos professores e à metodologia, e nos intervalos foram servidos lanches e almoço.
A diretora Creuza Maria de Amorim Barros explica que, apesar da empolgação da maioria, alguns jovens não estão acostumados a ficar o dia todo. “Percebemos a resistência ao Ensino Médio Integral, em especial, dos alunos rematriculados. Pois os que estavam começando agora já nos procuram com intuito do ensino integral”, pontua a diretora.
Entre os alunos que continuaram na escola após a mudança estão David, Jeysyelle e Mayara. Os três estudam na escola desde o 1º ano e estão no último período do Ensino Médio. Mayara Melissa Alves Ferreira de 17 anos, sempre sonhou em estudar em uma escola integral, mas não era possível, pois essa opção só era ofertada em escolas particulares. A jovem está feliz e conta que os pais também estão ansiosos.
Já os anseios da dona Joanita, mãe de Jeyssyelle Miranda, foram atendidos. A adolescente mora com a avó já idosa no bairro Cidade Verde e a mãe trabalha em uma pousada no Manso para sustentar as duas. “Ela se preocupa em eu estudar para conquistar meu sonho que é cursar agronomia. E também, com o ensino integral ela fica mais tranquila pra trabalhar, porque sabe que eu estou na escola”.
David Johnny da Silva Fortes, de 18 anos, fica feliz pela oportunidade de terminar os estudos com esse reforço. O jovem também é apaixonado pelos esportes e quer aproveitar o tempo na escola para preparar o condicionamento físico no intuito de seguir uma carreira como educador físico ou militar.
“O sucesso desse modelo, depende da estrutura física ofertada pelas escola. Mas especialmente da vontade de alunos e professores na formação integral como cidadãos e pesquisadores”, afirma Wesley Torres da Cruz, professor mestre em Filosofia.
Na Escola Estadual José de Mesquita, 400 vagas foram ofertadas para o ensino em regime Desse total, restam apenas 10 vagas divididas no 1º e 2º ano integral. Já para a educação de jovens e adultos (EJA) mais da metade das 400 vagas aguarda interessados em cursar o Ensino Médio.
Já na Escola Estadual Antônio Epaminodas , em Cuiabá, existem pouco menos que 200 alunos matriculados no Ensino Médio em tempo integral. Na unidade, o acolhimento foi realizado nessa segunda-feira pela manhã.
O diretor Eber José de Matos Corrêa conta que todos os profissionais e estudantes começaram o dia com uma ginástica laboral conduzida pelo professor de Educação Física. Logo após houve a execução do Hino Nacional e a apresentação dos professores e os coordenadores de área. O encerramento ficou por conta dos professores de arte e filosofia com a música ‘Aquarela’ de Toquinho na flauta e violão.