Um em cada quatro alunos do ensino médio está com mais de dois anos de atraso escolar, segundo o Censo Escolar 2016. Nesta quinta-feira, o presidente Michel Temer (PMDB) sancionou a Lei do Novo Ensino Médio, disse que a reforma agora sugerida é fruto de uma ‘ousadia responsável’ e defendeu que é preciso modernizar a educação no País.
Segundo o Censo, a taxa de distorção idade-série aumentou de 27,4% em 2015 para 28% em 2016. Além disso, o levantamento mostra que 22,4% dos estudantes do ensino médio, cerca de 1,8 milhão de jovens, estão matriculados no período noturno. Para especialistas, esses dados trazem desafios para a implementação do novo modelo para essa etapa
O projeto flexibiliza a grade curricular, permitindo que o estudante escolha parte das disciplinas. Eles terão de optar por um dos cinco percursos formativos (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Profissional). O MEC defende que a proposta torna o ensino mais atraente para o jovem por aproximá-lo do mercado de trabalho e permitir escolhas.
“A reforma busca soluções para um problema que não compreende integralmente. Como vai se construir trajetórias de ensino para o período noturno? Como vamos atrair esse jovem para escola, quando ele quer se inserir no mercado de trabalho?’, questionou Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Antonio Idilvan Alencar, secretário de Educação do Ceará, eleito ontem presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), disse que desafios, como o período noturno e a reprovação, deverão ser muito debatidos durante a implementação da reforma. “Temos de considerar todos os fatores para o novo modelo”.
A lei sancionada pelo presidente da República, Michel Temer, flexibiliza a grade curricular do ensino médio, permitindo que o estudante escolha parte das matérias que irá cursar. O objetivo do governo é aprovar primeiramente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), para somente depois começar a implementar a reforma, gradualmente, a partir de 2018.
O texto aprovado divide o conteúdo do ensino médio em duas partes: 60% para disciplinas comuns a todos, a serem definidas pela BNCC, e 40% para que o aluno aprofunde seus conhecimentos em uma área de interesse, entre as opções Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Profissional. Originalmente, na MP, o governo federal defendeu uma divisão 50% a 50%