A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) apresentou um estudo de viabilidade técnica e econômica sobre alternativas para a exportação de madeira nativa, com o objetivo de reduzir o tempo de tramitação para exportação e enfrentar os desafios atuais do setor de base florestal, que sofre com a ineficiência do Ibama nos portos.
Este ano, o órgão enfrentou uma greve branca e uma greve oficial que durou mais de 40 dias, deixando cargas paralisadas e gerando prejuízos aos exportadores. A análise, solicitada pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), foi conduzida pela equipe de internacionalização da Fiemt em parceria com uma consultoria técnica especializada e apresentada pela Superintendente da Fiemt, Fernanda Campos, durante reunião do Cipem realizada nesta quinta-feira (26), em Juína.
O estudo comparou a logística atual com alternativas que visam otimizar o processo de exportação, incluindo a internacionalização a partir do Porto Seco de Cuiabá, com a chance reduzir o tempo de anuência com órgãos reguladores e diminuir o risco de atrasos no embarque das mercadorias. A opção pelo Porto Seco também oferece 60 dias de armazenagem gratuita, mas apresenta custos projetados superiores aos da logística convencional.
Outra alternativa analisada combina o uso do Porto Seco com transporte ferroviário, que, apesar de aumentar os custos devido ao transbordo para o Porto de Santos, apresenta-se como uma opção para diversificar as rotas e evitar a sobrecarga nos portos tradicionais. A terceira alternativa explorada no estudo é a exportação via Redex, que propõe um modelo complementar e reforça a necessidade de articulação entre os exportadores para buscar soluções conjuntas.
Ednei, presidente do Cipem, ressaltou que os exportadores estão sendo prejudicados pela ineficiência nos portos e destacou a importância do estudo da Fiemt como uma ferramenta fundamental para orientar novas estratégias. Ele criticou a cobrança de taxas pelos portos durante os períodos de greve e enfatizou que os prejuízos não deveriam recair sobre os empresários.
Presidente da Fiemt, Silvio Rangel reforçou o compromisso da Fiemt em apoiar o setor de base florestal e ressaltou a conclusão do estudo de que há uma oportunidade de diversificação logística que pode tornar as exportações mais ágeis e menos suscetíveis a interrupções.
Além disso, o setor florestal precisa unir esforços para investir em novos modelos de exportação, visando reduzir a dependência de um único porto e aumentar a competitividade internacional dos produtos de base florestal de Mato Grosso “Produzimos com sustentabilidade e eficiência, mas precisamos resolver gargalos logísticos. O compromisso da Fiemt é esse, trabalhando em conjunto com o Cipem e os sindicatos para encontrar e indicar soluções”.
Em resposta à crise logística, o presidente da Fiemt, Silvio Rangel, anunciou a criação de um comitê de crise dos portos, em parceria com a Federação das Indústrias do Paraná, para desenvolver estratégias e avaliar possíveis medidas judiciais contra os prejuízos causados pela atuação do Ibama.