Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Sinop, foram premiados durante a 56ª Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Os prêmios reconheceram a dissertação “Digestibilidade e parâmetros nutricionais de subprodutos do etanol de milho e Xylanase na dieta de frangos” e o artigo “Um novo sistema de requisitos proteicos para vacas-leiteiras”.
A dissertação, produzida pelo pesquisador guatemalteco Lester Josua Posadas Mendoza e orientada pelo professor Anderson Corassa, teve como objetivo analisar as possíveis vantagens de uma dieta para frangos à base de DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) com a enzima Xilanase adicionada e outra à base de HP-DDG (Grãos secos de Destilaria Altos em Proteína).
Já o artigo, escrito pelo pesquisador Henrique Melo da Silva e seu orientador, professor André Soares de Oliveira, surge de uma pesquisa com o objetivo de ajudar nutricionistas de gado de leite e produtores na elaboração de dietas mais eficientes, lucrativas e que causem menor impacto ambiental.
De acordo com professor André, as premiações são um reconhecimento das pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFMT de Sinop, que além de realizar estudos que contribuem para o desenvolvimento do Estado, também forma profissionais de ponta para atuarem no mercado.
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Entretanto, para que se possa aumentar a produtividade do país é necessário sempre buscar formas de diminuir gastos e aumentar a qualidade da alimentação dos animais.
Uma das formas de se alcançar isso, que tem sido utilizada recentemente, é o uso de subprodutos da produção de Etanol de Milho. Esses “restos” da produção são ricos em nutrientes como proteínas, lipídios e fibras. “Após a destilação do etanol, sobram resíduos com proteína, lipídios, fibra, que são nutritivos para os animais. Esses passam por uma centrífuga para separar a parte sólida da parte líquida. O DDG é essa parte sólida e o DDGS, da pesquisa, é quando parte dos solúveis são devolvidos na mistura”, explicou o pesquisador Lester Mendoza.
Como Mato Grosso é o principal produtor de Etanol de Milho do país (responsável por 72% do total), o estado tem também a oportunidade de produzir DDGS e HP-DDG, entre outros tipos de ração, de forma economicamente vantajosa.
Conforme a pesquisa, acontece que o milho – na realidade, o que ‘sobrou’ do milho usado na produção do etanol – é rico em fibras, o que pode dificultar a absorção de nutrientes, diminuindo a produtividade de uma dieta à base desses compostos. Por isso Lester adicionou no DDGS a enzima Xilanase, que ajuda na quebra das fibras. “Já o HP-DDG, no processo de fabricação, passa por uma etapa chamada Tecnologia de Separação de Fibras (FST), então seu conteúdo de fibras já é menor que o DDGS, não sendo necessário acrescentar a Xilanase”.
Ambas as dietas foram usadas em grupos diferentes de aves e as excretas desses animais passaram por análises laboratoriais para que se comparasse o valor nutricional do que foi oferecido aos frangos e quanto eles conseguiram aproveitar disso.
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