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TCE quer 6 audiências no Nortão e demais regiões onde rodovias serão concedidas para iniciativa privada

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Só Notícias (Thiago Bergamasco/arquivo)

O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso, conselheiro Sérgio Ricardo, recomendou que a secretaria de estado de Infraestrutura e Logística realize seis audiências públicas presenciais nas regiões que serão diretamente afetadas pelo plano de concessão de rodovias e é fundamental garantir transparência ao processo e ouvir a população.  “Estamos discutindo um dos maiores planos de concessão do Brasil, que vai ter reflexo direto na vida de milhares de cidadãos por pelo menos 30 anos. É preciso analisar tudo com cautela e rigor. É preciso ter transparência e ouvir as pessoas que moram na região de cada trecho em que se propõe a concessão. Por isso, recomendo que a Sinfra-MT faça seis audiências públicas, uma em cada município- polo, convidando toda a população dos municípios do entorno, inclusive, quero adiantar que estarei presente em cada uma delas”, enfatizou o presidente.   

Sérgio Ricardo voltou a defender um ajuste na proposta inicial do governo, que previa a concessão de seis lotes, sendo quatro sob coordenação da Sinfra, que seriam abertos à iniciativa privada, e dois restritos à MTPar (empresa do governo do Estado). “Já recomendamos que todos os lotes previstos fiquem sob responsabilidade da Sinfra, todos abertos para uma ampla concorrência, garantindo assim a possibilidade de atrair empresas do mundo inteiro, com a melhor expertise e experiência”, afirmou o conselheiro.    

O programa de concessões do governo prevê no lote 1 diz respeito a 237,6 km entre Juara e Itanhangá, com impacto nos municípios de Porto dos Gaúchos, Nova Maringá, Tabaporã e Tapurah. Já o lote 2 abrange 418,6 km passando por Campo Novo do Parecis, Nova Mutum, Tangará da Serra, São José do Rio Claro e Diamantino, com impacto em Nova Marilândia, Nova Maringá, Nova Olímpia, Denise, Nortelândia e Santo Afonso.

O lote 5 tem um total de 308 km ligando Paranatinga a Canarana, com impacto em Água Boa, Campinápolis, Gaúcha do Norte, Nova Nazaré, Santo Antônio do Leste, Nova Xavantina e Ribeirão Cascalheira e o lote 8 é relativo a 344 km de Brasnorte a Castanheira, tendo como cidades adjacentes Juara, Juína, Sapezal e Nova Maringá. 

O lote 3 tem 161,3 km e passa por Rosário Oeste, Várzea Grande e Jangada, com impacto em Cuiabá, Acorizal, Nobres e Alto Paraguai e o lote 6 abrange um total de 634,35 km que ligam Sinop a Nova Ubiratã, tendo como municípios adjacentes Santa Carmem, Vera, Feliz Natal, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Ipiranga do Norte, Itanhangá, Santa Rita do Trivelato, Paranatinga, Rosário Oeste, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Chapados dos Guimarães e Campo Verde.

O presidente do TCE destacou também a importância de aperfeiçoar a fiscalização das concessões em Mato Grosso, construindo um novo modelo, com contratação de empresas independentes via processo licitatório. “Está claro que existem problemas graves na fiscalização. A Ager-MT não tem capacidade e a fiscalização está sendo realizada por empresas contratadas e pagas pelas próprias concessionárias. O resultado são problemas como o constatado na MT-130, onde um relatório da própria Ager apontou a existência de 570 irregularidades no serviço prestado, e quero aqui parabenizar o Ministério Público Estadual que, por meio da promotora de Justiça Caroline de Assis, da 1ª Promotoria de Justiça Civil de Paranatinga, ingressou com ação civil pública para garantir providências imediatas para o cumprimento do contrato de concessão”, afirmou Sérgio Ricardo.  

O conselheiro informou que o TCE-MT vai solicitar a reavaliação da concessão da MT-130, do trecho entre Primavera do Leste e Paranatinga, alvo da ação civil pública.

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