Três livros de pesquisadores do teatro brasileiro e mato-grossense serão lançados em Alta Floresta durante o IV Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense e VIII Seminário de Cultura e Alta Floresta. O Teatro Mato-grossense: história, crítica e textos, trata da crítica teatral brasileira produzida em Mato Grosso no século XX e nos primeiros anos do século XXI foi escrito pelo pós-doutor em Letras, Agnaldo Rodrigues da Silva, professor da UNEMAT-Cáceres. Ele expõe os aspectos fundadores da relação entre as manifestações artísticas, capazes de levar à compreensão da cultura do Estado. O rastreamento de fontes e influências, a comparação entre textos cênicos de diversos espaços e tempos históricos, bem como as novas indicações teóricas e metodológicas embasadas em peças, grupos e companhias teatrais transformaram o livro em uma referência fundamental para os estudos do moderno teatro brasileiro produzido em Mato Grosso. No livro também há espaço para a história recente do teatro em Mato Grosso, onde figuram o Teatro Experimental de Alta Floresta e o dramaturgo Agostinho Bizinoto.
A autora brasiliense Joana Abreu lançará Teatro e Culturas Populares: diálogos para a formação do ator parte da pesquisa de mestrado da autora para abordar os elementos de algumas manifestações populares da cultura maranhense, relacionando esses mesmos elementos com o trabalho de formação e criação em teatro. Os exemplos e princípios esmiuçados no livro podem contribuir com a investigação de metodologias e a busca de caminhos por pesquisadores e criadores em teatro. Joana Abreu parte da estruturação de uma moldura contextual e conceitual para esmiuçar discursos e práticas sociais, cultura e sociedade para poder abordar a brincadeira do Boi. Em seguida, elabora uma certa perspectiva histórica de aventuras metodológicas semelhantes no teatro mundial (sem excluir o brasileiro), das primeiras décadas do século passado aos nossos dias. Joana Abreu acrescenta contribuição própria para outros artistas, pesquisadores, grupos de teatro e instituições espalhadas pelo Brasil que têm encontrado na riqueza cultural de nossas festas, jogos e rituais, desafio ou instigação para fortalecer seu agir artístico, destaca o professor doutor Fernando Villar – da UnB. Outra personalidade do teatro brasileiro que destaca a obra de Joana é o ator-pesquisador Renato Ferracini – do teatro LUME de campinas. Ele destaca duas potências em seu livro. A primeira delas é uma questão de fundo ético: os mestres de boi, de cavalo marinho, mestres de capoeira ou mestres de folia de reis devem ser considerados realmente potência de sabedoria!
A segunda potência que Joana Abreu abre é a possibilidade desse conhecimento tão intenso ser – de certa forma e com todo o respeito a seu lócus de conhecimento – aplicado ao território do trabalho do ator, dançarino e performador. Essa possibilidade dá a essa obra de Joana uma importância ímpar: o vínculo direto da potencialização do ator com a potencialização do brincante e da brincadeira. Em um país que possui uma riqueza enorme dessas brincadeiras, essa "ação de laço" brincadeira-cena, brincante-ator, sempre me pareceu de uma clareza óbvia, clareza essa que Joana aqui expõe de forma sensível e exemplar.
O dramaturgo mato-grossense, Wanderson Lana, de Primavera do Leste, lança o Teatro que reúne cinco textos teatrais de sua autoria voltados para o público infantil e infanto-juvenil. Por meio da abordagem estilística de Wanderson Lana o folclore, a magia e a infância invadem as páginas deste livro e dão ritmo às histórias nele presentes.
Os três livros serão lançados sexta-feira, às 21h na Praça da Cultura, durante a Quitanda Teatral, espaço criado pelo Festival com o intuito de fomentar a difusão do conceito de economia solidária e também para os grupos exporem e comercializar seus produtos.