Uma viagem ao longo dos séculos 18, 19 e 20, em acervos com peças, equipamentos, fotografias e documentos históricos. Traduções de fatos marcantes eternizados em recortes de jornais. Registros do tempo que hoje se constituem fonte de ensinamento. Importantes fases de Mato Grosso que se entrelaçam aos momentos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros no Estado.
Na semana em que se comemora o Dia Internacional do Museu, um resgate à memória das duas maiores instituições de Segurança Pública de Mato Grosso está disponível ao público nos museus de ambas as instituições.
Nos primeiros passos dentro do museu “Cel PM RR Ubaldo Monteiro da Silva”, um canhão e metralhadoras 7 milímetros usadas na Segunda Guerra Mundial impactam os visitantes.
Ao olhar dos lados, um passeio pela evolução na comunicação entre as décadas de 1920 e 1960, de aparelhos radiocomunicadores a máquinas de escrever que datilografou os primeiros holerites da Polícia Militar no Estado.
Vitrines com armas do século 18 e 19, como pistolas de fabricação alemã, sinalizador noturno, rifle, clavina, pistola Mauser, réplica de granada, punhal e garrucha, também enchem os olhos dos que passam pelo local.
Na parte central do museu, uma exposição com fotografias de momentos marcantes de atuação da Polícia Militar, como a mobilização da tropa com destino ao município de Poconé para prender dona Laurinda Lacerda Cintra, popularmente conhecida como dona “Doninha”.
Também é possível conferir de perto a evolução histórica do fardamento da instituição desde a década de 60 e recortes de jornais com registro de importantes fases da PM.
As peças, equipamentos, fotografias, e todo material disponível, são apenas parte dos 296 anos de história da Polícia Militar em Mato Grosso.
Para o diretor do museu, tenente-coronel PM Lauro Augusto Moreira Pinto, "instituição que não tem história, não tem memória". “Se o museu não existisse eu, futuramente, não faria parte da história. Todos ficaríamos no esquecimento”, ressalta o militar.
Moreira acredita que o espaço é importante para que a sociedade saiba o que a instituição fez e faz. “O museu está cheio de sonhos. E aqui podemos contar as histórias e sonhos. Alguns realizados e outros não”, declarou.
Também valorizando a história e o fortalecimento da instituição, o museu do Corpo de Bombeiros guarda memórias de pouco mais de meio século de existência.
Rádios operacionais, guincho, extintor de incêndio, equipamentos de caminhão Auto Busca e Salvamento (ABS) e o canhão de água que ficava na viatura Auto Bomba Tanque (ABT) são algumas das peças expostas no local.
Recortes de jornais eternizando vários momentos de atuação, desde a fase do balde. Também no espaço, exposição de fotografias de viaturas, do efetivo, do primeiro treinamento de combate a incêndio e troféus de atletismo.
O museu foi inaugurado em 19 de agosto de 2009, e conta com peças operacionais e administrativas desde a implantação da instituição. O responsável pelo espaço é o tenente BM da reserva Luiz Carlos Clarentino de Souza.
As histórias da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros em Mato Grosso estiveram entrelaçadas por um período de quase 30 anos.
O Corpo de Bombeiros foi criado dentro da estrutura da Polícia Militar de Mato Grosso em 19 de agosto de 1964, pela Lei nº 2184. À época foi denominada Companhia Independente de Bombeiros, com efetivo de 42 militares e função exclusiva de combate a incêndio e salvamento.
A Lei nº 3.539 de 19 de junho de 1974 reorganizou a Polícia Militar de Mato Grosso, estipulando que o Comando do Corpo de Bombeiros e unidades operacionais fossem constituídos de Grupamentos de Incêndio e Subgrupamentos.
O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar continuou a se desenvolver e, em 05 de outubro de 1988, quando ocorreu a promulgação da Constituição Federal do Brasil, ficou definido que os Corpos de Bombeiros Militares tratavam-se de unidades autônomas e desvinculadas da Polícia Militar, ou seja, entidades independentes.
No dia 28 de outubro de 1994, a corporação desvinculou-se da Polícia Militar, por meio de Lei Complementar, passando a usufruir de autonomia administrativa e financeira, subordinando-se diretamente, a época, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).