A geração de energia em Mato Grosso reduziu 19,59% em agosto ante o mês anterior. Em julho, o conjunto de usinas do Estado gerou 1.074,58 MW médios, enquanto no mês seguinte caiu para 864,03 MW médios. A geração vem encolhendo desde abril, quando chegou a 5,5%, e teve seu pico em junho, com baixa 37,31%. Os dados são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ligado ao Ministério de Minas e Energia.
Uma das explicações está na desativação da Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá), que ocorreu justamente em junho, quando a Petrobras rompeu o contrato de fornecimento de gás natural por violação à cláusula anticorrupção, após vazamento do conteúdo do acordo de leniência assinado pelo sócio da J&F, Joesley Batista, com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.
De acordo com o economista e doutor em Planejamento Energético, José Manuel Marta, a queda também está associada à redução dos reservatórios das hidrelétricas. “A queda nas hidrelétricas é decorrente da redução nos reservatórios e em Mato Grosso temos exemplos que podem ter reduzido, como as hidrelétricas do Manso, do Rio Correntes e do Jaurú, porque se não tem água reduz a geração”, explica. “E o crescimento geralmente está associado ao aumento do consumo e à reativação das térmicas, que ocorre quando os reservatórios estão secos”.
Manuel Marta aponta que a desativação da Termelétrica de Cuiabá também pode estar influenciando os resultados, já que a térmica com capacidade para geração de 480 MW por dia, suficientes para abastecer 40% da energia consumida no Estado até poucos anos, está desativada há 3 meses. “Não dá para pensar de maneira local, já que o sistema é interligado nacionalmente, mas termelétrica daria um reforço na geração”. (KA).