O presidente Luiz Inacio Lula da Silva disse, hoje, que o governo cancelou o leilão de 267 mil toneladas de arroz por “falcatrua de uma empresa”. Ele não citou nomes da empresa e de envolvidos na entrevista para a Rádio Meio Norte, no Piauí. “Não é possível, o povo não pode pagar R$ 36 num pacote de 5 kg. Aí tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. A gente vai dar uma garantia de preço”, disse ao se referir na medida para ajudar famílias de baixa renda afetadas pelas duras enchentes no Rio Grande do Sul. O leilão teve como vencedoras algumas empresas que não operam no agro como uma locadora de veículos e sorveteria.
O episódio causou a saída do então secretario de Política Agrícola do ministério da Agricultura, Neri Geller. Ele depôs, esta semana, na comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, disse que não houve má fé e saiu do governo de cabeça erguida. Neri confirmou que foi demitido por e-mail e que constava que estava “a pedido”. Ele diz que enviou cobrança de retificação para que sua demissão constasse como exoneração, por decisão do governo. Neri não criticou Lula mas deixou claro desapontamento com o ministro Carlos Favaro que era seu aliado político – ambos são de Lucas do Rio Verde.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao falar na comissão de Agricultura da Câmara, evitou falar de irregularidades no leilão e foi duramente criticado por alguns deputados. Parte dos parlamentares defende a criação da CPI do Arroz.