O tribunal do júri condenou a 19 anos e 3 meses de cadeia Cleonilson Reis Morais, 40 anos, pelo assassinato de Maria Elizangela Recoliano da Silva, 39 anos, em abril do ano passado. A vítima foi morta a facadas na própria residência, na rua Mário Spinelli, no Jardim Bela Vista. Cleonilson, que era ex-marido da vítima, ainda colocou a faca na mão da mulher para tentar simular um suicídio.
O promotor Luiz Fernando Rossi Pipino, que atuou no júri, considerou satisfatória a condenação.”Avaliamos que a Justiça foi feita. Não havia outra solução a ser dada, senão condenar mais uma vez um caso de feminicídio. Ele matou a companheira na presença dos filhos, de maneira cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima. Uma ação brutal e covarde”, disse.
Segundo ele, o réu também foi sentenciado por fraude processual, por alterar a cena do crime. Cleonilson já estava preso desde a data do crime, uma vez que tentou fugir para Goiânia (GO), mas o ônibus foi interceptado em Nobres. Ele ainda pode recorrer.
Na época, de acordo com o delegado Eugênio Rudy, que conduziu as investigações, Cleonilson confessou o crime, mas alegou legítima defesa. “Apesar de ter dito uma versão que não se coaduna com a dinâmica dos fatos, uma vez que ele falou que a vítima o procurou por volta de 4 horas da madrugada, com a faca na mão e ele tentou dizer que a vítima que tentaria contra a vida dele. Nós sabemos que a vítima tinha em seu corpo pelo menos três perfurações de arma branca e o autor dos fatos disse que foi tentar tirar a faca da mão da vítima e, quando ele foi fazer isso, a vítima recebeu a perfuração”, disse.
“Não é verdade, já que a vítima tem três facadas no corpo, uma das quais é na região das costas, ela não ia conseguir se furar dessa maneira. Ele confessou em partes, que foi tentar tirar a faca, demonstrou arrependimento e chorou bastante durante o interrogatório”, afirmou Eugênio Rudy.
Ainda segundo o delegado Eugênio, testemunhas do convívio diário do casal foram ouvidas. “Entendemos que eles já estavam há algum tempo separados, embora estivessem morando no mesmo ambiente. A vítima não desejava mais ter convívio com o autor dos fatos e ele queria a relação conjugal, não aceitava o término e essa foi a razão pela qual ele tomou essa atitude de matá-la.”
O corpo de Maria Elizangela Recoliano da Silva, 39 anos, foi sepultado em Sorriso. Segundo a funerária São Jorge, ela trabalhava como auxiliar de produção.