As reformas governistas são a saída para superar a crise econômica brasileira e até a insolvência do país, nas palavras de palestrantes do Seminário Agronegócios – A força do Campo. Realizado em Cuiabá nesta quarta-feira (25) por iniciativa de um banco privado, em parceria com o governo de Mato Grosso. Para o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se as reformas – trabalhista e previdenciária – não forem aprovadas, “muito provavelmente os juros não cairão, o dólar subirá e a inflação aumentará”.
Segundo ele, essas são reformas de base e sem a aprovação das mesmas não será possível avançar com as outras, como a reforma tributária e política. “Todos nós imaginávamos que iríamos votar as reformas e o Brasil iria começar a respirar”, comentou Maggi. “Agora, veio essa nova confusão política e a perda de base. Esperamos recompor o apoio (dos parlamentares) e votar esses projetos”.
O presidente do Banco Santander Brasil, Sérgio Rial, defendeu o avanço das reformas e o estímulo à adesão ao Cadastro Positivo. “Temos que diferenciar o bom do mal pagador”, declarou. Como argumento em favor das mudanças, afirmou que sem as mudanças na legislação trabalhista e, especialmente, previdenciária, o Brasil entrará em bancarrota. “Não gostaria de viver em um país em Recuperação Judicial (RJ), sem crédito, contando dinheiro todos os dias, gerenciando escassez”.
Conforme Rial, as reformas visam a sustentação econômica do país a longo prazo. “Com todas elas sendo feitas, ainda significa que 15% do PIB (Produto Interno Bruto) estará sendo destinado à Previdência. Essas são algumas das muitas outras reformas que terão que vir”. Para o presidente nacional do Banco Santander, trata-se de um desafio puramente matemático. Por sua vez, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), complementou que é preciso atualizar a legislação trabalhista, que data de 1945. “A época em que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi criada era totalmente diferente”.
Após o seminário, o governador Pedro Taques e o presidente do Banco Santander, Sérgio Rial, se reuniram para discutir o desenvolvimento de um Centro de Excelência Agrícola em Mato Grosso. De acordo com o secretário e Fazenda (Sefaz), Gustavo de Oliveira, o Estado e o banco privado conversaram sobre a criação de um instituto que a princípio seria voltado para uma evolução tecnológica de alto nível.