O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e do Mobiliário da Região Norte do Estado (Siticom), recusou, pela segunda vez, a proposta do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado (Sindusmad), o impasse é por causa do percentual de reajuste anual da categoria. Os empresários ofereceram 4,5%, porém a categoria pede 8%. Com isso, a reunião realizada ontem, em Sinop, terminou sem acordo.
O presidente do sindicato, Eder Pessine, disse ao Só Notícias, que a proposta é "muito abaixo" da realidade da categoria e, uma nova assembleia será realizada para discutir o assunto. “Nós temos aprovados em assembleia dos trabalhadores reajuste mínimo de 8%, como o valor oferecido é abaixo disso, vamos ter que realizar uma nova votação para ver se aceitam a proposta do sindicato patronal. Essa assembleia demanda de tempo para ser convocada e deve ser realizada só na primeira quinzena de junho. Caso os trabalhadores não aceitem os 4,5%, vamos buscar ajuda junto ao Ministério do Trabalho e em último caso pode inclusive ser aprovada uma paralisação”.
Um dos diretores do Sindusmad, Marcelo Ghiraldi, disse que o setor vive um momento complicado e que que teve uma redução de 5% no preço final da madeira serrada, só no último ano. “Um reajuste acima do valor proposto pode prejudicar as empresas, correndo o risco dos empresários não conseguirem cumprir com a folha de pagamento. Nossa proposta inicial era pagar os 4,5% divididos e duas vezes. Nessa segunda reunião propomos fazer esse pagamento em cota única, já para o pagamento do mês de maio", informou.
O Siticom representa cerca de 5 mil trabalhadores do setor madeireiro do Norte do Estado (madeireiras, serrarias, fabricas de compensados e carpintarias). Hoje, o salário da categoria é dividido em 4 níveis. Os serventes e auxiliares recebem piso mínimo de R$ 984, no nível 2, estão os ajudantes de operadores remuneração R$ 1.055, seguidos dos operadores que recebem o piso de R$ 1.122 e o último nível que atinge a área administrativa e os motoristas com vencimentos mínimos de R$ 1.164.