A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso deflagrou, hoje, a Operação Ragnatela para cumprir 8 mandados de prisões preventivas, 36 buscas e apreensões, 9 sequestro de bens imóveis e 13 veículos, bloqueio de contas bancárias e afastamento de cargos públicos (policial penal e fiscal da prefeitura), quatro suspensões de atividades (casa de shows) para desarticular um núcleo de facção criminosa responsável pela lavagem de dinheiro em casas noturnas em Cuiabá.
A investigação identificou que criminosos teriam adquirido uma casa noturna na capital, pelo valor de R$ 800 mil, pagos em espécie, com o lucro auferido por meio de atividades ilícitas. A partir de então, o grupo passou a realizar shows de MCs custeado pela organização criminosa em conjunto com um grupo de promotores de eventos.
A Polícia Civil informou também que, os integrantes repassaram ordens para que não fosse contratado artista de São Paulo, tendo em vista ser o estado de outra facção, possivelmente, rival da que atua no estado de Mato Grosso. Por conta dessa ordem, “o artista conhecido como MC Daniel foi hostilizado durante a realização de um show em Cuiabá, em dezembro do ano passado, e teve que sair escoltado do local”, informou a polícia, que ainda acrescentou. “O integrante da facção que promoveu o show foi punido pelo grupo com a pena de ficar sem realizar shows e frequentar casas noturnas em Cuiabá, pelo período de dois anos”.
Durante as investigações também foi identificado que o grupo criminoso contava com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária. “A Ficco apurou ainda que um parlamentar municipal atuava em benefício do grupo na interlocução com os agentes públicos, recebendo, em contrapartida, benefícios financeiros”, detalha a polícia.
Em continuidade à investigação, os policiais identificaram um esquema para introduzir celulares dentro de unidade prisional e transferências de lideranças da facção para presídios de menor rigor penitenciário, a fim de facilitar a comunicação com o grupo investigado, que se encontra em liberdade. No último sábado, os policiais identificaram que dois alvos da investigação fugiram para o estado do Rio de Janeiro. Um deles é considerado o principal líder da facção criminosa investigada, atualmente em liberdade, e estava viajando com documentos falsos. Os criminosos foram abordados ainda dentro da aeronave, logo após o pouso no aeroporto carioca de Santos Dumont.
A Operação Ragnatela contou com apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas de Segurança Pública (Ciopaer) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público Estadual, Polícia Civil, PM, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.
A Ficco é uma força integrada, composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar e tem por objetivo a atuação conjunta no combate ao crime organizado no estado do Mato Grosso.
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