O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso, conselheiro Sérgio Ricardo, o desembargador Orlando Perri e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, debateram, na sexta-feira, estratégias para a industrialização do estado, a partir da criação de um polo têxtil e a proposta inicial é utilizar mão de obra do sistema prisional, gerando economia ao Estado e promovendo a ressocialização dos reeducandos por meio do trabalho. “Somos um polo campeão em produção de algodão, mas não beneficiamos absolutamente nada. Precisamos de ações imediatas para mudar isso e a utilização da mão de obra do sistema prisional, que já vem sendo efetiva na produção de uniformes e de produtos de concreto para a construção civil, por exemplo, é uma opção”, analisou o presidente do TCE.
Perri destacou que a ressocialização passa, necessariamente, pelo trabalho e pela profissionalização. “Temos que fazer com que os nossos reeducandos trabalhem e estudem e uma oportunidade para isso é fazer de Mato Grosso um polo industrial. Hoje, a população, principalmente o empresário de roupas, tem que deixar a Capital para comprar seus produtos, sendo que somos o estado da federação que mais produz algodão. Então, não tem sentido Mato Grosso não se tornar um polo de confecções.”
Atualmente, além de uma população carcerária de 12,5 mil reeducandos, o sistema prisional estadual também conta com milhares de reeducandos no sistema aberto e semi-aberto. “Nós temos um potencial de mão de obra muito grande. Já temos muitas experiências em andamento e, por meio desse projeto, poderemos atrair empresas de outros estados. A ideia é construir um plano de ação e colocá-lo em prática ainda este ano”, reforçou Perri, que é supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário e Socioeducativo de Mato Grosso, do tribunal.
O secretário Fábio Garcia lembrou que Mato Grosso tem vantagem estratégica no setor têxtil, já que é o maior produtor de algodão do Brasil. “O projeto considera tanto o ponto de vista social quanto o econômico. Então, precisamos criar condições para a implantação desse polo, criando uma demanda para aquelas empresas que venham a se interessar. Essas demandas viriam das compras públicas que são feitas pela secretaria de Educação, secretaria de Saúde e dos municípios.”
Outro ponto importante da proposta diz respeito ao incentivo a esses empreendimentos. “Precisamos garantir linhas de financiamento, incentivo fiscal, mão de obra e condições para que as empresas possam se instalar aqui, gerando emprego e nos ajudando a fazer com que o estado se desenvolva mais a cada dia”, afirmou Garcia.
Na próxima quinta-feira (6) haverá novo encontro, com a participação de representantes do setor empresarial e das secretarias de Educação e Saúde, serão definidos os próximos passos para a execução do projeto, informa a assessoria do TCE.