As empresas imobiliárias registraram a venda de 11,850 mil unidades habitacionais em Cuiabá em 2016, segundo estatísticas do Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi). Pesquisa realizada trimestralmente pela entidade e que avalia o mercado de imóveis novos e usados revela queda de 7% nas aquisições na capital, na comparação com 2015, quando foram comercializadas 12,749 mil casas e apartamentos na cidade.
Apesar do arrefecimento da demanda, o faturamento do setor não recuou na mesma proporção. De um ano para o outro, a queda foi de apenas 1,44%, ao passar de R$ 2,955 bilhões em 2015 para R$ 2,912 bilhões no ano passado.
“Se olharmos os números do ano todo percebemos esta queda. Mas, a análise dos últimos 6 meses já revela uma recuperação do setor, após o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a redução nos juros”, comenta o presidente do Secovi, Marco Pessoz. Para ele, esse movimento permite projetar um cenário melhor para o segmento em 2017.
Conforme o diagnóstico do mercado traçado pelo Secovi, no último trimestre de 2016 foram comercializadas 3,129 mil unidades habitacionais pelo montante total de R$ 797,685 milhões. Confrontados esses valores com aqueles registrados no mesmo período de 2015, quando foram vendidos 2,525 mil imóveis por R$ 695,806 milhões, houve aumento de 14,64% na demanda e incremento de 26,51% nos valores transacionados nos últimos 3 meses do ano passado.
E foi justamente em 2016 que a esteticista Lusinete Aparecida de Oliveira, 40, comprou uma casa maior. O imóvel usado foi adquirido após 8 meses de avaliação do mercado imobiliário. Essa preferência pelo imóvel com algum tempo de uso prevalece entre os investidores de Cuiabá, como mostra a pesquisa realizada pelo Secovi.
No 4º trimestre de 2016 foram adquiridas 2,446 mil unidades habitacionais usadas na capital mato-grossense, quantidade que representa 78,17% das 3,129 mil unidades comercializadas nos últimos 3 meses de 2015. “Eu já tinha uma casa e procurava uma maior, que encontrei no bairro Cidade Alta. Pesquisei bastante, durante 8 meses, mas havia muitos imóveis à venda com documentação irregular”, expõe Lusinete.
Para comprar a nova casa, a esteticista vendeu a casa que já possuía e comprou uma carta de crédito contemplada. “Ainda estou pagando a carta de crédito, mas escolhi um imóvel que coubesse no orçamento”.
Somado o desembolso necessário com a reforma da casa recém-adquirida, ela calcula ter investido R$ 180 mil. Em média, as casas e apartamentos usados e que foram comercializados no fim do ano passado custaram R$ 238,303 mil.
De acordo com o Secovi, as vendas de imóveis usados nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016 movimentaram R$ 582,891 milhões. A demanda ficou mais concentrada nas regiões Sul e Leste, onde foram vendidas 887 e 640 unidades, respectivamente. Já as vendas de imóveis novos movimentaram R$ 214,794 milhões no 4º trimestre de 2016. Deste total, referente a 683 unidades transacionadas, R$ 56,945 milhões envolvem financiamentos.
A participação dos financiamentos chega a 26,51% do valor total transacionado. Os imóveis novos vendidos no período supracitado estão localizados, predominantemente, nas regiões Oeste (291) e Leste (259).