A atividade das indústrias mato-grossenses terminou dezembro de 2016 em baixa, marcando 42,2 pontos. O indicador Sondagem Industrial foi inferior ao usual, que é acima de 50 pontos, em uma escala que varia entre zero e 100. Apesar do resultado ter evoluído 3,1 pontos sobre novembro (39,1 pontos) ainda revela que as indústrias não estão conseguindo recuperar o vigor da produção em razão da demanda retraída e do elevado nível de desemprego, que deteriora a atividade econômica. Os dados são da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
Apesar de a economia estar respondendo positivamente às medidas microeconômicas anunciadas pelo presidente Michel Temer (PMDB) em dezembro, tais como a redução dos juros e da inflação, a realidade das indústrias ainda tende a ficar abaixo da usual em 2017, conforme avalia Luís Desidério, diretor comercial de uma indústria de alimentos em Cuiabá.
“Em tese, o setor de produção de alimentos não deveria sentir tanto os efeitos da crise já que o consumo desses itens é considerado de 1ª necessidade. Mas, dezembro foi um mês muito ruim porque os consumidores, neste caso os supermercados, demandaram muito pouco das indústrias. A baixa perspectiva de consumo também se arrastou para janeiro e deverá continuar assim por um bom tempo, já que o índice de desemprego está elevado”.
Apesar da baixa performance em dezembro no quesito produção, a utilização da capacidade instalada (UCI) ficou em 57%, mesmo percentual registrado em novembro de 2016. “As empresas de pequeno porte apresentaram variação negativa de 2 pontos percentuais, ao registrar 54%. As médias e grandes indústrias apresentaram variação positiva na comparação com o mês anterior: de 57% para 59%. O índice de utilização da capacidade instalada efetiva-usual apresentou variação positiva se comparada com o mês anterior, registrando 37,8 pontos, ainda abaixo da linha dos 50 pontos, o que demonstra baixa atividade em relação ao usual para o mês”, enfatizam os técnicos da Fiemt.
O índice de emprego nas indústrias mato-grossenses apresentou uma variação negativa fechando o mês em 40,3 pontos, abaixo de novembro, quando foram apurados 41,2 pontos. Quanto às expectativas para os próximos meses, a Sondagem Industrial registrou 51,6 pontos em dezembro de 2016, revelando otimismo que não havia sido demonstrado em novembro, quando o resultado foi de 45 pontos. Já para a contratação de empregados passou de 42,3 para 47,7 pontos.