Além de ser referência na suinocultura, a indústria mato-grossense é reconhecida por produzir e utilizar adubo orgânico em larga escala nas lavouras
Modelo no país na produção autossustentável, a Nutribras Alimentos S/A está investindo mais de meio bilhão de reais, até 2026 na aquisição de novas áreas para plantio, com o objetivo de ser autossuficiente em milho para a suinocultura, assim como já é na produção de soja. A expansão será de 600%, totalizando em 35 mil hectares de plantio.
Apesar do setor ter passado por vários desafios de custos nos últimos dois anos, a Nutribras tem superado os percalços, e comemora o bom resultado de 2023 com a publicação do balanço apontando um EBTIDA de R$ 83,42 milhões indicando margem de 14%.
A indústria localizada em Sorriso (MT), atualmente abate 2,3 mil suínos/dia. O fornecimento dos animais é proveniente de granjas próprias, criando o ciclo autossustentável, no qual os dejetos vão para os biodigestores, para produção de biogás (tudo o que é subproduto de uma atividade, se torna matéria prima para atividade seguinte), e o biofertilizante de uso nas lavouras na produção de milho e soja utilizados na fábrica de ração.
“Vamos nos tornar autossustentáveis na produção de milho e por isso, estamos realizando esses investimentos. O milho é estratégico na redução dos custos da suinocultura potencializando a competitividade dos produtos no mercado de proteína animal”, explicou o diretor-presidente da Nutribras Alimentos, Paulo Cezar Lucion.
Cerca de 90% da carne suína produzida pela indústria abastece o mercado interno e os outros 10% são exportados. O plano a médio e longo prazo é aumentar a participação fora do Brasil em 20%. Atualmente a empresa exporta para países da América do Sul, Ásia e Leste Europeu.
“Para Ásia enviamos mais miúdos do suíno e nos países do Mercosul cortes. Geralmente importadores compram peças grandes e manipulam nos seus países. Mas tem países que importam os cortes prontos para abastecerem as gôndolas dos seus supermercados”, pontua diretora da Nutribras, Julce Lucion.
No Brasil, a carne suína produzida pela Nutribras Alimentos só não chega nos estados dos maiores concorrentes: Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Este último é o maior produtor de suínos do Brasil e curiosamente, a terra natal do casal Paulo Cezar Lucion e Julce Lucion.
A aposta em MT
Com a crise na suinocultura no fim da década de 1990, o casal decidiu deixar Abelardo Luz (SC) e vir para Mato Grosso no ano 2000. Paulo vem de uma família de suinocultores e começou a trabalhar no ramo aos 12 anos. São 43 anos no setor.
“Mudamos para Mato Grosso como uma maneira de reduzir o custo de produção e expandir. Lá já não tinha mais espaço para adquirir mais terras da forma como é em Mato Grosso, em grande extensão”, lembra Paulo Lucion.
Eles iniciaram a suinocultura de pequeno porte, em uma área de 600 hectares. A cada ano, o negócio foi expandindo tanto na agricultura, quanto na produção de suínos.
Em 2009 com a grande produção de suínos de altíssima qualidade, surgiu a necessidade do frigorífico, inaugurado em 2011. Concluindo o ciclo produtivo e reduzindo o caminho entre a produção e o consumidor final.
Com uma visão de vanguarda que é a marca do negócio do casal, Paulo Cezar Lucion e Julce Lucion entregam produtos oriundos de uma produção autossustentável para a mesa do consumidor.