Policiais civis da Gerência de Combate ao Crime Organizado, cumpriram hoje em Cuiabá dois mandados de prisões e um de busca e apreensão a mais dois investigados na Operação Apito Final, em um desdobramento que apurou a participação de novos envolvidos no esquema de lavagem de capitais do tráfico de drogas. Durante o cumprimento dos mandados, a equipe policial apreendeu na residência de um dos investigados um veículo Toyota Corolla que teve mandado de sequestro determinado na primeira fase da operação Apito Final.
Segundo a Polícia Civil, a equipe apurou que o homem e uma mulher, ela moradora do Jardim Florianópolis, constavam como proprietários de um apartamento em um edifício de alto padrão na capital, contudo, quem passou a residir no imóvel foi o investigado na operação, logo após sair da Penitenciária Central do Estado, em dezembro passado, quando teve a progressão para o regime semiaberto autorizada pela justiça.
A GCCO apurou ainda que o servidor público não teria condições financeiras de adquirir um imóvel como o que constava em seu nome. Ele é contratado da empresa pública de limpeza urbana da capital e tem um salário bruto mensal de R$ 3.6 mil. “Ou seja, todas as informações levantadas reforçam mais uma manobra do principal alvo da operação Apito Final em ocultar seu patrimônio criminoso”, comentou o delegado Rafael Scatolon.
A Polícia Civil informou que dias antes da deflagração da Operação Apito Final, o servidor público foi ao apartamento do investigado em liderar o esquema e retirou do local objetos que pudessem comprometer o alvo principal, que foi no dia 29 de março, em Maceió (AL). Na mesma data, horas após a prisão, o atual investigado foi ao apartamento e saiu do imóvel carregando uma sacola com vários objetos, entre eles a tornozeleira, desativada em seu apartamento, minutos após a prisão do mesmo.
Além do servidor, a investigação identificou outro comparsa e ‘fiel escudeiro’ da liderança do esquema, que ficou incumbido em diversas ocasiões de movimentar a tornozeleira do criminoso como se ele estivesse em Cuiabá. Para isso, esse investigado ia ao apartamento, retirava o equipamento e o levava até o bairro Jardim Florianópolis nas ocasiões em que o investigado estava em viagens ao litoral de Santa Catarina e Rio de Janeiro, detalhou a Polícia Civil.
No dia 14 de março, a Polícia Civil apurou que a tornozeleira emitiu a localização em um colégio de alto padrão na capital, onde o investigado foi levar a filha do mesmo, que estuda no local. Porém, nesta mesma data, ele estava em Santa Catarina. Antes da data em que foi preso em Maceió, a tornozeleira emitiu sinal de que o investigado principal se movimentou de seu apartamento para um shopping da capital, contudo, o equipamento estava com seu comparsa.
Além da movimentação criminosa do equipamento, foi constatado ainda que o comparsa fez diversas movimentações bancárias por seus ‘serviços prestados’, em quantias superiores a R$ 19 mil.
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