Compartilho algumas reflexões sobre um tema de extrema relevância não só para o setor produtivo, mas para o futuro do nosso planeta: o desenvolvimento sustentável, com ênfase nas práticas de manejo florestal.
Como presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), tenho a honra de destacar a importância do Brasil e mais especificamente de Mato Grosso, no contexto global das discussões sobre sustentabilidade, especialmente no âmbito do G20. A preservação das nossas florestas aliada ao combate às mudanças climáticas tem sido uma das principais prioridades da presidência brasileira no G20. Nesse sentido, os Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) emergem como uma solução poderosa e eficaz, como um dos poucos métodos capazes de contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
Com grande entusiasmo, observamos a inclusão de Cuiabá como uma das cidades-sede da próxima reunião do G20, em setembro deste ano. Esta é uma oportunidade única para compartilharmos nossas experiências e boas práticas, demonstrando ao mundo o compromisso do Brasil e, em particular, de Mato Grosso, com o desenvolvimento sustentável. É uma ocasião que nos permite evidenciar a contribuição do Manejo Florestal para o equilíbrio do efeito estufa nos próximos anos. Um estudo realizado pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) destaca o papel crucial do manejo florestal sustentável na redução estimada de 16% das emissões de gases de efeito estufa. Atualmente, as áreas de floresta sob manejo florestal no Estado totalizam 5,025 milhões de hectares até 2023, com projeção de alcançar 6 milhões até 2030.
É fundamental compreendermos que o manejo florestal é uma atividade que propicia a geração de emprego, renda e novos negócios na cadeia produtiva da madeira, sem agredir o meio ambiente. Das áreas de manejo florestal são colhidas apenas as árvores maduras previamente selecionadas, em consonância com as leis ambientais. Sobretudo, cumpre papel crucial na mitigação de um cenário de emergência climática, ao mesmo tempo em que garante a conservação dos recursos florestais e a promoção do desenvolvimento sustentável. Essa abordagem holística não só contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, como também para a fixação de carbono, duas vertentes essenciais na luta contra as mudanças do clima.
Entenda: o sequestro de carbono ocorre na fixação da massa física de carbono na estrutura da árvore. Após a colheita da árvore madura, o carbono permanece fixado na madeira. Isso evita que a árvore apodreça, caia de maneira desordenada na floresta e essa mesma árvore libere CO2 de volta à atmosfera.
A produção de madeira de Mato Grosso segue reconhecida globalmente como referência na produção de madeira legal, sustentável, e com responsabilidade ambiental, o que assegura para quem adquire um produto florestal o cumprimento das metas de sustentabilidade de seu país, com a regulação climática e a neutralização de carbono. Nós, do Cipem, estamos comprometidos em promover um modelo de desenvolvimento econômico que seja socialmente justo e ecologicamente correto, sustentável e renovável.