Rogério Ceni se pronunciou nesta quinta-feira pela primeira vez desde que foi demitido do cargo de técnico do São Paulo, na última segunda. Por meio de sua conta no Facebook, o ex-goleiro escreveu sobre sua experiência na nova carreira, que teve em seu primeiro desafio a pequena duração de seis meses.
No texto, o ídolo tricolor afirma que sabia dos riscos de assumir no ex-clube uma função até então nova para ele, mas que se sentia preparado para tal. No fim, Ceni ainda pede desculpas pelos maus resultados e agradece ao torcedor são-paulino pelo “carinho, respeito e apoio”. Ele, contudo, não informa se dará prosseguimento à carreira de técnico.
Com 44 anos, Rogério Ceni deixou o São Paulo com um aproveitamento de 49,5% dos pontos disputados. Em 37 partidas na temporada, o Tricolor obteve 14 vitórias, 13 empates e 10 derrotas. O que mais pesou na demissão, porém, foi o desempenho fraco do time no Campeonato Brasileiro, do qual é o 17º colocado, dentro da zona de rebaixamento, com 11 pontos após 11 rodadas.
” ‘Quem vence sem riscos, triunfa sem glórias’.
Esse foi o tema de minha última preleção para o time no domingo passado. Mais que apenas um tema, essa crença ecoa dentro de mim diariamente. Ela representa o que penso, acredito e sou.
Assumir o time da sua vida logo no início de uma nova carreira não era uma tarefa fácil, alguns podem ter achado precipitado, outros poderiam pensar que deveria ter recusado o convite, o fato é que realmente era arriscado.
Jamais o teria feito se não me sentisse preparado. O risco e a incerteza já fazem parte de minha vida, e sendo muito sincero, do mundo do futebol. Quando deixei Sinop e morei por anos embaixo das arquibancadas do Morumbi eu não tinha certeza de nada. Não sabia se teria uma chance de jogar pelo Clube, mas lutei muito por ela.
Quando fiquei longos quatro anos no banco de reservas, a incerteza era grande. Seria eu o próximo a me tornar titular? Havia o risco da contratação de um novo goleiro que poderia me colocar em espera por aquela titularidade .
E quando comecei a bater faltas e pênaltis nos treinamentos, não havia a menor certeza de que eu as colocaria em prática em um jogo de verdade pelo SPFC, o risco aqui era treinar por meses e nunca comemorar um gol.
Agora nessa minha transição de carreira de atleta para técnico, surgiu a oportunidade de treinar o SPFC, mas infelizmente os resultados não vieram da maneira que eu esperava.
Mas de nada significaria se eu não tentasse levar esse Clube e seus torcedores ao lugar mais alto possível . Lugar que todos nós merecemos.
Desculpem me se falhei, mas o que me moveu nesse projeto, foram os riscos para conquistar a glória .
Obrigado torcedor são-paulino, pelo carinho, respeito e apoio. Jamais esquecerei”.