Os 22.704 torcedores que foram ao Morumbi viram um filme repetido na noite desse domingo. Assim como no Campeonato Brasileiro do ano passado, o São Paulo acabou derrotado pelo Atlético-MG por 2 a 1. Dessa vez o duelo foi válido pela oitava rodada do nacional por pontos corridos.
Se Maicosuel e Pratto, algozes do Tricolor em 2016, hoje defendem o clube paulista, Cazares e Rafael Moura foram os responsáveis por acabar com os 100% de aproveitamento do time de Rogério Ceni em casa. Marcinho descontou, mas não evitou o revés, que se soma a uma sequência de empate com o Sport e derrota no clássico com o Corinthians.
Para o Galo, o triunfo teve gosto de alívio. Os mineiros tinham apenas uma vitória no Brasileirão até agora. Os primeiros três pontos fora de casa amenizam a pressão sobre o time afastam o clube da zona de rebaixamento. Agora, o alvinegro é 15º, com nove pontos, enquanto o tricolor estaciona nos 10 pontos, mas cai para a 13ª colocação na tabela de classificação.
De novo apostando na defesa postada com três zagueiros, a equipe de Rogério Ceni sofreu nos minutos iniciais para escapar de uma marcação alta dos atleticanos. Pressionados, Militão, Lucão e Maicon recorreram aos lançamentos longos para Júnior Tavares e Marcinho, os pontas do time, pelo menos cinco vezes nos minutos iniciais.
O Galo, apesar de três volantes em campo, percebeu rapidamente o posicionamento do Tricolor e foi inteligente na primeira oportunidade que teve. Cazares de posicionou entre as linhas de marcação do São Paulo, deixou o trio de zagueiros tricolor sem ter quem marcar, fuzilou Renan e abriu o placar.
Foi aí que mais uma vez apareceu o protagonismo de Lucas Pratto. Voluntarioso como sempre, o argentino conseguiu achar espaços na defesa do Galo e em três oportunidades em menos de cinco minutos chegou perto do gol de empate. O São Paulo inflamou e passou a pressionar.
Mas atrás as coisas continuavam inseguras. Pouco antes do intervalo, Rafael Moura teve o gol escancarado na sua frente depois de Militão perder a posse da bola próximo à área. Sorte do Tricolor que o He-man chutou mais o chão do que qualquer outra coisa.
Veio o intervalo e com ele muitas vaias dos são-paulinos. O recado foi dado e Rogério Ceni parece ter entendido. Na volta ao campo, o treinador foi aplaudido por ter trocado Wellington Nem por Thiago Mendes.
A ideia era dar mais liberdade para Junior Tavares e Cícero, devolver Marcinho ao ataque e ter Thiago Mendes pela direita, como sustentação. A ideia demorou apenas 45 segundos para surtir efeito. Marcinho, na primeira bola que recebeu dentro da área, não perdoou e igualou o marcador.
A empolgação tomou conta do estádio do Morumbi e, no embalo da torcida, os donos da casa voltaram a pressionar o Galo por todos os lados e agora com mais homens chegando à área de Victor. Mas, lá atrás…
Em três contra-ataques, o Atlético-MG provocou verdadeiros segundos de tensão. A essa altura, Luan, ‘o menino maluquinho’, já estava em campo no lugar do apagado Robinho. A bola não entrou, mas Ceni de novo percebeu que era preciso mexer. Bruno substituiu Militão e adeus linha de três zagueiros. Roger, então, trocou um volante pelo outro: Ralph entrou, Rafael Carioca saiu.
Com as duas equipes postadas e reorganizadas, o confronto caiu de ritmo, os espaços passaram a ser reduzidos. E como a cartilha do futebol ‘obriga’ o mandante e buscar a vitória diante de seu torcedor, o técnico são-paulino chamou Gilberto.
Durante o percurso do artilheiro, que aquecia atrás do gol de Victor, até o banco de reservas, o Galo se lançou ao ataque. Rogério explicava a Gilberto o que queria dele quando Renan salvou o que seria um gol contra de Lucão. Na sequência, outra pane da defesa tricolor. E quando Lucão chegou para estourar a bola para longe, Rafael Moura levando a bolada. Para o azar de Lucão e sorte do atleticano, a bola ficou limpa, quase dentro da pequena área. Aí não teve jeito. 2 a 1 Galo e o retorno da perseguição a Lucão por parte da torcida do São Paulo.
Abalado, o São Paulo não teve mais forças para reagir e, assim como ocorrera ao fim da etapa inicial, deixou o campo sob vaias, agora mais intensas. Lucão foi o alvo preferido. Já para o Galo, mais do que os três pontos, a primeira vitória fora de casa foi motivo de uma comemoração especial.
Agora, ambas as equipes se concentram para quarta-feira, às 21h45. O São Paulo visitará o Atlético-PR na Arena da Baixada, em Curitiba, enquanto o Atlético-MG receberá o Sport Recife, no Independência, em Belo Horizonte.