A delegada Renata Evangelista, da Polícia Civil, confirmou, esta tarde, a prisão de um homem acusado de estuprar as enteadas de 9 e 12 anos. Segundo Renata, uma das crianças teria relatado para a mãe que os abusos aconteciam quando ela as deixava sozinhas com o padrasto. “Há cerca de 15 dias, a filha mais velha de 12 anos, passou a informação para a mãe de que o suspeito estaria abusando sexualmente dela. Perplexa com aquilo e desesperada com a situação, achou que não bastava a palavra da criança para que trouxesse essa informação até a delegacia de polícia e resolveu, então, colocar o celular para gravar o suspeito com a filha, nesse intervalo que ela foi até a igreja”.
“Ao retornar, ela mexeu no celular e estava lá registrado que o marido dela teria abusado sexualmente da filha dela, de 9 anos. Teria passado a pomada na menina, nas partes íntimas dela, e o vídeo apaga a luz, mas no vídeo você tem claramente o áudio dele falando e ele realmente praticou atos libidinosos diversos da condição carnal com ela, dá para claramente aferir isso por meio da gravação”, acrescentou.
De acordo com a delegada, o homem nega as acusações das vítimas. “Como de costume, os suspeitos desse tipo de crime chegam aqui e tentam até colocar culpa nas vítimas, dizendo que elas tinham um interesse sexual nele. Uma criança de 9 anos e outra de 12, não tem interesse sexual em ninguém, elas não têm capacidade de discernimento para saber quem são e negou a todo momento que tivesse abusado sexualmente dela”. Renata Evangelista ainda ressaltou que “estupro não se restringe à penetração, pênis na vagina, atos libidinosos, diversos da condição carnal, com menor de 14 anos, configura estupro. Nesse caso, ele passou pomada nas partes íntimas dela e se valeu, se esfregando nela para satisfazer”, contou.
Renata também reforçou que não há necessidade de que os familiares tenham diversas provas do abuso, uma vez que palavra da vítima neste tipo de caso é a principal prova. “A mãe num ato de desespero achou que era necessário, que não bastava a palavra dessa criança, ela tinha até comprado uma câmera de segurança antes, mas não conseguiu instalar, aí resolveu gravar por meio do vídeo no celular. Não é necessidade isso, a palavra da vítima tem especial relevância porque nesse tipo de crime, geralmente um abusador não vai praticar o abuso na frente de todo mundo, ele vai sempre estar na surdina, quando todo mundo sai de casa e a palavra da vítima é que vai contar, porque não tem testemunha para ser diferente de um crime de estelionato, o que quer que seja, não vai ter, a gente não consegue comprovar que houve a prática do crime por outro meio que não há palavra da vítima”, explicou.
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