Uma surucucu-pico-de-jaca (lachesis muta) foi resgatada, ontem, no residencial Florata em Alta Floresta. O caso foi relatado por moradores e não houve registro de ataques, segundo o Corpo de Bombeiros. A equipe conseguiu se aproximar sem maiores complicações e realizou a captura com equipamentos de uso convencional, como a pinça de manejo para ofídios e cambão. O réptil estava saudável e não apresentava ferimentos. Ele foi colocado em tambor adaptado ao transporte de animais silvestres e encaminhado para área de mata.
Conforme detalhado pelo Instituto Butantan, centrado em pesquisas no setor de saúde pública, A pico-de-jaca é conhecida por sua cor alaranjada contrastando com as manchas escuras ao longo do dorso, sendo considerada a maior serpente peçonhenta do território e a segunda maior do mundo, podendo alcançar mais de 3 metros de comprimento. Atualmente, ela fica atrás apenas da cobra-rei (ophiophagus hannah).
Ela é a única serpente de seu gênero (Lachesis) que se desenvolve no Brasil. Além do Mato Grosso, o Butantan informou que ela pode ser encontrada em grande parte da Amazônia, nos estados do Amapá, Amazonas, Acre, Pará, Rondônia e Roraima, além da zona norte da Mata Atlântica, entre os estados do Ceará e o Rio de Janeiro. Ela alimenta-se exclusivamente de mamíferos, em geral pequenos e médios roedores.
A instituição também salientou que essa é única espécie ovípara de viperídeo em todo o país. As fêmeas depositam seus ovos em buracos de troncos caídos, no fundo de raízes emaranhadas ou em tocas feitas no solo por mamíferos. No momento do nascimento, os filhotes rompem a casca dos ovos utilizando o seu “dente do ovo”, um minúsculo dentículo no lábio utilizado para cortar a casca.
Conforme Só Notícias já informou, foi a segunda da mesma espécie resgatada em Alta Floresta em menos de uma semana.
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