A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, ontem, o 5º levantamento da safra de grãos, com queda de 6,3% em relação a safra nacional passada, o que representa 20,1 milhões de toneladas a menos. A produção de soja estimada no país é de 149,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,4% se comparado com 2022/23. Considerando a expectativa inicial desta temporada, a quebra chega a 7,8%, pois a Conab estimava uma safra de 162 milhões de toneladas. O atraso do início das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba, seguido por chuvas irregulares e mal distribuídas, com registros de períodos de veranicos superiores a 20 dias, além das altas temperaturas, estão refletindo negativamente no desempenho das lavouras, diz a Conab.
A estimativa aponta que Mato Grosso deve ter produção de 38 milhões de toneladas na safra 2023/24, queda de 15% em relação a safra passada que foi de 45 milhões. A produtividade, de acordo com a Conab, também deve baixar 15%
A produção do milho deve ter queda na safra de 18,2 milhões de toneladas, resultando em um volume de 113,7 milhões de toneladas. O cultivo de primeira safra, que representa 20,8% da produção total, enfrentou situações adversas como elevadas precipitações no Sul do país e baixas pluviosidades no Centro-Oeste, acompanhadas pelas altas temperaturas, entre outros fatores, acrescenta a Conab.
Em Mato Grosso, a estimativa da Conab é produzir 45 milhões de toneladas ante 51 milhões da safra anterior, queda de 15,1%.
Há poucos dias, o presidente da Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso), Lucas Costa Beber, havia criticado a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por “imprecisão dos dados oficiais tem prejudicado os agricultores” no levantamento divulgado em janeiro, ao mencionar que Mato Grosso enfrentou diversas ondas de calor e longos períodos de estiagem na safra de soja 2023/24, que influenciaram diretamente na produtividade e pesquisas da Aprosoja apontam redução de mais de 20% no Estado.
Lucas analisa que, no levantamento de janeiro, “apesar dessa percepção de quebra expressiva, colhida por meio de pesquisas com os produtores, os números da da Conab estão defasados, apontando uma “safra recorde” no país, em 155 milhões de toneladas. “Os números que mais refletem no mercado são os da Conab, pois são os números oficiais, apesar dos levantamentos das Aprosojas e de outras consultorias privadas apontarem para outro cenário. Ele acrescentou que no levantamento de janeiro da Conab, “no campo, todos os produtores discordam desses números da Conab e se mostram até revoltados, pois têm prejudicado muito a renda do agricultor”, acrescenta o presidente.