Professores e alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de Sinop, participam da implementação do Plano de Uso da “Matinha”, remanescente florestal preservado na região do campus. O plano consiste em uma estratégia de uso e manejo da área para direcionar ações de ensino, pesquisa e extensão realizadas no local para atender também a comunidade externa de forma participativa.
A iniciativa está sob condução do Arborescer, projeto de extensão que conta com professores e alunos do câmpus de Sinop da UFMT e também professores colaboradores de outras instituições. O projeto foi criado em 2019 é resultado de outro projeto iniciado em 2010, o “Identificação de espécies arbóreas e percepção ambiental em trilha interpretativa no Parque Florestal de Sinop” que também será voltado para a educação ambiental como ferramenta para o desenvolvimento sociocultural.
“A matinha da UFMT é um remanescente de vegetação nativa em recuperação e que sofreu e sofre com diversos impactos negativos, especialmente incêndios, caça, e deposição de lixo. Ele está localizado no campus de Sinop e possui 22 hectares de floresta secundária, a designação técnica para formações florestais em regeneração. A área era utilizada para atividades de ensino e pesquisa a mais de 10 anos, contudo, sem infraestrutura adequada o local era subutilizado e cada vez mais degradado”, disse o professor Juliano Paulo dos Santos, coordenador do projeto, através da assessoria da universidade.
O professor relata que em 2021 a comunidade acadêmica, especialmente do curso de Engenharia Florestal do campus de Sinop apresentou a demanda e dialogou junto a gestão do campus para reconhecer o uso, facilitar o acesso, propor e iniciar melhorias e infraestruturas para impulsionar a utilização mais adequada ao local. “Como consequência dessas reuniões a Matinha da UFMT foi entendida como uma área didática, um laboratório na floresta e integrante da estrutura pedagógica, de pesquisa e extensão do campus de Sinop. A administração do campus compreendeu a necessidade de articular e organizar as atividades e os usos no local”, conta o professor.
O docente foi designado para gerir a ação na área didática e a Pró-reitoria do Câmpus solicitou que fosse realizado um planejamento junto a toda a comunidade do campus do uso e conservação. “As diversas unidades acadêmicas e administrativas do campus de Sinop foram apresentadas à demanda e como consequência um conjunto de informações foi sistematizado, levantado e apresentado a comunidade acadêmica no dia 12 de julho de 2022”, destaca.
O plano caracterizou em seus usos reais e potencias, além de limitações e possibilidades para manutenção da Matinha, além de oportunidades para ensino, pesquisa e extensão. “De posse dessas informações a comunidade acadêmica ajudou a elencar as prioridades de ações no local para os próximos anos e estas foram registradas e materializadas na publicação do “Plano de uso da Matinha” e que foi divulgado em meados do ano passado. Esse um instrumento de gestão e manejo alinhado com o tripé de funcionamento e a missão da UFMT”, disse o professor Juliano Paulo dos Santos sobre o projeto que apresenta e detalha as formas de uso que aliam a proteção e conservação do local.
O plano está sintonizado com as atividades fins da UFMT, segundo o professor reforçando que um aspecto importante é a “formação de recursos humanos de excelente qualidade, na geração e no avanço do conhecimento das florestas tropicais e na divulgação e apropriação dos saberes junto à sociedade, especialmente da região de transição da Amazônia com o Cerrado, no centro norte de Mato Grosso onde o campus está localizado”.
O professor Juliano Paulo dos Santos explica que o plano de uso da matinha apresenta e detalha as possibilidades de inserção da matinha no ensino, na pesquisa e na extensão. “Vale destacar que diversas dessas atividades já acontecem, por exemplo, no ensino diversas disciplinas utilizam o espaço como local para o desenvolvimento de suas atividades práticas”, comenta o professor, acrescentando que na pesquisa novos conhecimentos sobre a diversidade e o funcionamento da floresta são produzidos.
Segundo o docente, a integração acadêmica acontece quando as informações geradas e aprimoradas são repassadas para a sociedade nas visitas guiadas realizadas nas trilhas interpretativas existentes na matinha. “Esse projeto criou e mantém uma agenda verde de eventos de educação ambiental e divulgação científica sobre as florestas e através dela mostrou a história das florestas em Mato Grosso, a diversidade, o funcionamento e a importância da vegetação nativa para quase 2 mil pessoas da comunidade em geral em visitas no local, especialmente estudantes das escolas públicas e privadas de Sinop e região”, finaliza o professor.
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