O Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiu manter a decisão para que sejam levados a júri popular quatro acusados de espancar Edson Veloso, 24 anos, até a morte. O jovem foi assassinado em julho de 2010, no bairro São Cristóvão, e o crime seria motivado por uma suposta vingança.
Nos recursos apresentados à Corte Estadual, três acusados pediram para que não fossem levados a julgamento, por não terem participado do crime. Já o quarto réu pediu à Justiça que a denúncia de homicídio qualificado fosse desclassificada para lesão corporal.
“Na hipótese, constato a existência de versões diversas acerca dos fatos. Enquanto os réus alegam a ausência de animus necandi, ou negam a participação nos fatos, ao argumento de que ficaram somente observando a briga entre os réus e a vítima, ou mesmo que teria somente segurado o amigo do ofendido, a versão apresentada por um amigo e testemunha ocular dos fatos, afirmou, em tese, que todos os réus participaram da empreitada criminosa, além de afirmar que os réus tinham, supostamente, a intenção de matar a vítima”, afirmou o relator, desembargador Marcos da Cunha.
“Assim, não havendo provas seguras, incontroversas e inequívocas de que os recorrentes não cometeram o delito em questão, ou não tinham a intenção de ceifar a vida da vítima, inviável a absolvição dos réus nesta fase processual ou mesmo a desclassificação do delito para o de lesões corporais”, concluiu o magistrado, que foi seguido por unanimidade pelos demais desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
A testemunha, conforme Só Notícias já informou, relatou que estava em um estabelecimento comercial, ingerindo bebidas alcoólicas com a vítima, quando os quatro homens chegaram em um Fiat Uno vermelho. Segundo o depoimento dessa testemunha, os suspeitos não falaram nada e apenas começaram a agredir Edson.
A testemunha também relatou que foi impedida, por um dos suspeitos, de tentar ajudar o colega. O jovem foi espancado por cerca de 15 minutos, com socos, chutes e tijoladas. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o hospital regional, onde faleceu cerca de uma hora depois.
Os réus serão julgados por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Todos aguardam o julgamento em liberdade.
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