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Uma pessoa morre a cada 5 dias em acidente de trânsito em Cuiabá

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A capital de Mato Grosso registrou, em média, uma morte a cada cinco dias. Ao todo foram 69 óbitos durante o ano e, na maioria dos casos, as vítimas eram homens e estavam em motocicletas. Quase a metade dos acidentes com vítimas fatais, 44,4% teve associação de álcool e direção. Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico do Trânsito em Cuiabá, do Programa Vida no Trânsito (PVT), que apontou ainda que em quatro anos foram contabilizadas 339 mortes no trânsito da capital.

Em uma análise mais detalhada das tragédias ocorridas nas ruas e avenidas da capital de Mato Grosso, considerando dados de 2015, o boletim revela que das vítimas fatais 86,7% eram moradores de Cuiabá, 8,2% de Várzea Grande e 5,1% de outras cidades. Das mortes registradas 52% morreram após o primeiro atendimento médico hospitalar, sendo que destes, 39,2% foram a óbito em até 72 horas após o acidente. Os acidentes com óbitos no local somaram 48% das vítimas. O sexo masculino predomina com 86,7% em relação ao sexo feminino 13,3%. Os jovens do sexo masculino, na faixa etária de 18 a 35 anos, juntos, correspondem a 44,9%. Ainda, 72,4% são condutores de veículos, carro, moto ou bicicleta, 20,4% ocupantes de veículos, ou seja, passageiros e 7,1% pedestres.

Os condutores e passageiros de moto correspondem a 57,1% das vítimas, enquanto que os condutores e passageiros de carro 31,6%, pedestres 7,1% e condutor de bicicleta 4,1%.

O mês de dezembro liderou em número de acidentes fatais com 12,2%, contudo, setembro teve o maior número de vítimas 13,3%. Ao analisar os dias da semana, foi observado que os sábados e domingos apresentaram maior número de vítimas, ambos com 26,5%, seguidos por sexta-feira com 12,2% e quarta-feira 11,2%. Em relação ao horário da ocorrência, o período da noite entre 18h às 23h59 teve o maior número de vítimas, 35,7%.

O Diretor da Vigilância em Saúde em Cuiabá, Oscar Benedito de Campos explica que essas informações, reunidas no boletim, são fundamentais para que os órgãos responsáveis pelo ordenamento do trânsito possam planejar suas ações. “A integração das informações é essencial para que a partir da determinação da causalidade desses acidentes, possamos subsidiar os gestores em relação às decisões e intervenções nas áreas do planejamento, gestão, vigilância e assistência, nos diferentes setores envolvidos, visando um trânsito mais humanizado e seguro para pedestres e motoristas”.

De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), Christian Cabral, o boletim é o que há de mais real em relação a dados de violência no trânsito em Cuiabá. Segundo ele, as informações relacionadas a acidentes de trânsito são muito dispersas, o que acaba atrapalhando na síntese de dados no setor. “Com esse boletim temos os dados reunidos de vários órgãos envolvidos nas questões do trânsito como Semob, BPTran, Detran, entre outros”.

O delegado destaca que a unificação desses dados mostra a realidade do trânsito e auxilia as autoridades na elaboração de políticas públicas para a área. Ele lembra que apesar da necessidade das ações de Lei Seca, que já acontecem na capital, os resultados obtidos com a unificação desses dados apontaram a necessidade de outras mudanças como, por exemplo, as que estão ocorrendo desde dezembro em algumas vias e cruzamentos da cidade, onde estão sendo colocadas as conhecidas “tartarugas” para separar uma faixa da outra.

“Isso ocorreu porque por meio dos dados e reuniões que já tivemos foi possível ver que muitos acidentes ocorriam porque o motorista parava em um cruzamento, até mesmo em uma faixa de pedestre, mas o motociclista desatento passava reto”. Com a sinalização, o delegado destaca que o motociclista precisa esperar atrás dos veículos, já que as “tartarugas” impedem que eles passem pela lateral, e assim causem acidentes durante a ultrapassagem. Cabral destaca que essas ações em conjunto são essenciais para garantir um trânsito melhor e assim salvar vidas, já que a realidade das frotas e das vias são incompatíveis. O crescimento da frota de veículos é de 8% ao ano, mas o mesmo não ocorre com as vias. “Enquanto aumenta o número de veículos, as vias não aumentam, elas continuam estagnadas ou muitas vezes até mesmo reduzidas já que sempre têm obras, estreitamento de pistas e bloqueios”.

O delegado lembra que além das questões de punição, fiscalização há também a necessidade de se desenvolver a educação no trânsito e a melhoria da engenharia de tráfego. “É exatamente isso que estamos buscando com essa unificação e as reuniões que ocorrem entre os envolvidos”.

Os principais fatores de riscos identificados nos acidentes fatais foram dirigir em velocidade excessiva ou inadequada, dirigir sob efeito de álcool, dirigir sem permissão, sem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A velocidade excessiva ou inadequada foi identificada em 53,1% dos acidentes com vítimas, seguido pela associação álcool e direção em 43,9%, conduzir sem habilitação em 24,5%, transitar em local proibido em 14,3% e cruzar sem dar preferência em 10,2%. A presença de álcool foi identificada em 33,7% das vítimas fatais dos acidentes. Destes, 23,5% eram condutores de motocicleta, 6,1% condutores de carro, 1% pedestres e 3,1 % passageiros. 

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