O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estará pronto e em operação até 2018. A afirmação foi feita pelo governador Pedro Taques (PSDB), em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Record Cuiabá, nesta sexta-feira. De acordo com Taques, a atual gestão tem trabalhado junto ao consórcio responsável pela obra para construir uma solução. Um acordo já está fechado e, no máximo em abril deste ano, a implantação do metrô de superfície, que liga as cidades de Cuiabá e Várzea Grande, será retomada.
O acordo foi fechado há alguns dias e está na fase de formalização. Pelo que foi tratado, o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia, retomará as obras logo após o fim do período chuvoso. Serão construídos todos os 22 quilômetros previstos, nos dois ramais, ligando Várzea Grande ao CPA e o centro até o Coxipó. As alterações na planilha de custos apontariam que o metrô de superfície terá o quilômetro mais barato do país.
Já a administração estadual cuidaria das questões jurídicas do projeto, de modo a equiacionálas, junto ao Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Justiça de Mato Grosso e Justiça Federal. A ideia é que neste período em que as obras não começarão, todos os aspectos legais já estejam solucionados. As informações obtidas pela reportagem vão ao encontro das afirmações feitas por Taques na entrevista. “Estamos trabalhando muito, o ex-secretário de Cidades, Eduardo Chiletto e o atual, Wilson Santos, trabalharam e trabalham muito para concluir esta obra. Já temos uma solução encaminhada para terminarmos a obra no nosso mandato”, destacou.
Em outro ponto da entrevista, Taques lembrou que a obra foi herdada da gestão passada e, a exemplo de outras construções, não foi entregue. “Eu como senador me manifestei contra o VLT, eu era favorável ao BRT [Bus Rapid Transport]. Apanhei muito por causa desta crítica, mas como senador exerci minha função de fiscalizar. O governo passado trocou o BRT pelo VLT. Na campanha disse que não jogaríamos o lixo para baixo do trilho. Contratamos a KPMG para responder três perguntas: quanto foi pago, qual o modelo de operação do VLT e qual o valor da tarifa. Foram pagos R$ 1,066 bilhão e falta mais R$ 800 milhões para terminar a obra. O consórcio não concorda e estamos conversando”.
De acordo com estudo elaborado pela KPMG Consultoria, a pedido do Governo Estadual, a conclusão do VLT deve custar mais R$ 602 milhões aos cofres públicos. O valor é muito abaixo do R$ 1,135 bilhão solicitado pelo Consórcio VLT Cuiabá no ano passado, que elevaria o custo total final da obra para R$ 2,2 bilhões.
As obras de implantação do VLT foram iniciadas em 2012 e deveriam estar prontas a tempo da Copa do Mundo de 2014, evento esportivo do qual Cuiabá foi uma das sub-sedes. No entanto, elas não ficaram prontas a tempo e acabaram paralisadas em dezembro de 2014. Desde 2015, a administração pública e o consórcio tentam costurar um acordo, mediado e acompanhado pela Justiça Federal, que proferiu uma decisão suspendendo o contrato. Atualmente, tramitam quatro ações relacionadas ao modal.