Preso preventivamente desde o dia 20 de julho, o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), será ouvido pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, nesta quinta-feira (15), a partir das 13h30. O tucano é acusado na ação penal proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) de chefiar um esquema de cobrança de propina às empreiteiras que prestavam serviços de reforma e construção de escolas. Pesa ainda a suspeita de fraude em licitação.
Também serão ouvidos outros dois réus que são os ex-superintendentes de Infraestrutura Escolar, Wander Luiz dos Reis e Moisés Dias. O depoimento de Permínio Pinto é aguardado com expectativa pela classe política. Isso porque no termo de colaboração premiada no qual se comprometeu a auxiliar a Justiça, o empresário Giovani Guizardi, dono da Dínamo Construtora, revelou detalhes do esquema de corrupção e atribuiu a chefia da organização criminosa ao ex-secretário.
De acordo com Guizardi, Permínio Pinto mantinha estreita relação com o deputado federal Nilson Leitão (PSDB). A mando do ex-secretário, foi feito um depósito de R$ 20 mil na conta bancária de uma rádio em Sinop para favorecer o parlamentar.
No total, são 24 réus na ação penal acusados pelos crimes de constituição de organização criminosa, formação de cartel, corrupção passiva e fraude em licitação. As penas, quando somadas, podem ultrapassar 50 anos de prisão.
O esquema de corrupção na Secretaria de Educação veio à tona com a Operação Rêmora deflagrada no dia 3 de maio pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A segunda fase da operação policial batizada de Locus Delict, ocorreu no dia 20 de julho e culminou na prisão preventiva do ex-secretário Permínio.
O promotor de Justiça Marco Aurélio Castro já ressaltou que outras fases da operação policial não estão descartadas diante das revelações vindas das delações premiadas.