O empresário Geovani Guizardi, que foi preso na Operação Rêmora, acusado de ser um dos líderes do grupo de empreiteiros que fraudava licitações da Secretaria de Educação e pagava propina para servidores, acusou, em relação premiada, o empresário Alan Malouf de receber 25% da propina das obras da secretaria. No depoimento, ele disse que a organização criminosa foi montada em 2015, com o objetivo de arrecadar "fundos ilícitos" para pagar contas não declaradas em campanhas eleitorais. "No final do ano de 2014, Alan Malouf mencionou que investiu a quantia de R$ 10 milhões na campanha do atual governador Pedro Taques, valor este não declarado, tendo dito também que teria que recuperar esse valor investido junto ao Estado", acusa. "Não fui eu quem criou a referida organização, mas me vi envolvido a participar através da pessoa de Alan Malouf", acrescenta.
Em nota, há pouco, o governo do Estado, rebate as acusações do delator, que saiu da cadeia. "O governador Pedro Taques tomou as medidas que lhe competiam – quando da deflagração da Operação Rêmora (que apura eventuais crimes contra o patrimônio público na Secretaria de Estado de Educação – Seduc) -, exonerando e/ou afastando todos os servidores públicos denunciados, inclusive o ex-secretário de Educação. Tal medida, por si só, demonstra a firmeza do governador e do Governo no combate à corrupção e na apuração de qualquer denúncia que envolva atos de improbidade no âmbito do Governo do Estado de Mato Grosso; O governador lamenta o envolvimento de seu nome no caso, refuta com veemência qualquer tentativa de envolvê-lo em qualquer ato ilegal, uma vez que jamais tratou com quem quer seja de nenhum assunto relacionado à investigação", rebate.
Pedro Taques lamenta, ainda, "que pessoas do seu convívio pessoal, político ou partidário possam estar envolvidas em malfeitos, e reitera seu entendimento de que ninguém está acima da lei e apoia investigação para que, ao final, comprovados os fatos denunciados, todos os envolvidos sejam punidos com o rigor da lei. O governador reitera o que já disse em outras situações, de que a prestação de contas da sua campanha eleitoral de 2014 foi aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral e que, por essa razão, repudia toda e qualquer tentativa de envolvê-lo em qualquer ato ilegal, prática que ele sempre combateu ao longo da sua vida, especialmente nos 15 anos nos quais atuou como Procurador da República".