Com a maior bancada eleita na Câmara de Cuiabá, o PV se uniu ao PSB e podem eleger o novo presidente da Casa de Leis. A formação deste novo grupo, composto em tese por sete parlamentares – sendo quatro do PV e três do PSB – deve mudar os rumos da eleição da Mesa Diretora. Apesar da força que o novo grupo começa a conquistar, ainda não lançou nomes e nem reivindicou cargos. “O objetivo desta composição é propor uma renovação na forma que está sendo tocada a câmara. Precisamos dar a resposta as urnas para os eleitores. O número de abstenções no segundo turno é um aviso dos cidadãos”, explicou Justino Malheiros (PV).
Segundo Malheiros, apesar de não ter nada escrito, a união do grupo é real. “Não assinamos nenhum papel, mas nossa busca pelo entendimento chegou a um consenso. Nós estamos juntos e votaremos em bloco. Há outras siglas que também estão simpáticas a nossa formação – tanto do lado dos 11 [parlamentares eleitos pela coligação de Emanuel Pinheiro], quanto dos demais vereadores que estavam com Wilson Santos (PSDB)”.
Questionado sobre a força do grupo, Mario Nadaf (PV) foi direto ao ponto. “Quem tiver o apoio dos sete tem ‘meio caminho andado’ para eleger o presidente da Câmara. Mas essa não é nossa pauta agora”.
Apesar disso, o vereador reeleito comentou que o grupo não está com nomes e cargos ‘a tiracolo’. “Nós iremos sim votar em grupo, mas não temos nomes, nem postos a serem ocupados. O que buscamos é uma proposta que seja propositiva e que conceda à Capital uma ótima gestão”.
O vereador eleito Marcos Veloso (PV) reiterou o posicionamento de Nadaf e de Malheiros ao afirmar que não existem nomes, nem lista para ser apresentada pelo grupo. “Há a aliança entre PV e PSB sim. Há conversas adiantadas com outros partidos, sim. Mas não estamos buscando cargos, nem pressionando para fazer este, ou aquele presidente”.
“A nossa intenção é definir um propósito. Como o PV e PSB já caminham juntos há alguns anos, já temos muita afinidade”, disse Gilberto Figueiredo (PSB), ressaltando ainda que os vereadores precisam dar uma resposta às urnas: “O que foi interpretado nesse grupo é que primeiro precisamos dar uma resposta para a população, pois parte deixou de ir votar [abstenções] e parte decidiu escolher novos vereadores. Isso porque não estavam contentes com a atuação desta Câmara. Nós precisamos resolver qual será a disciplina de valor, qual é o anseio dos eleitores – construir esses princípios e depois mudar a ‘cara da Câmara’, respondendo as expectativas dos nossos eleitores. Por isso precisamos de uma convergência desse grupo”.
Questionado sobre a participação efetiva do vereador Misael Galvão (PSB) no grupo – pois o vereador eleito já colocou seu nome para disputar a presidência da Casa – Figueiredo pontuou que Misael está indo as reuniões. “O Misael está participando das reuniões, mas foi o único que já falou que quer ser presidente. Isso é lícito a qualquer um dos eleitos. Ele não acredita que montar o grupo para discutir a metodologia primeiro é a melhor opção. Mas ele foi cristalino, transparente, foi sincero em sua colocação e lá na frente saberemos se isso foi uma vantagem competitiva dele”.
Misael falou que sua intensão nesse momento é disputar a presidência. “Desde o início eu coloquei o meu nome à disposição para disputar a presidência da mesa e eu estou trabalhando para isso. Continuo trabalhando para que o PSB tenha um nome na presidência e que os demais vereadores da sigla votem no meu projeto. Na realidade não há sete vereadores nesse grupo, pois estou trabalhando para que o PSB tenha a presidência. Todos eles sabem disso, tem essa ciência. É um desejo muito grande de qualquer grupo ter o PV como aliado e eu vou atrás desses votos”.