PUBLICIDADE

Audiência para discutir ferrovia Sinop-Miritituba é marcada por tensão e protesto de indígenas

PUBLICIDADE
Só Notícias/Herbert de Souza (foto: divulgação)

Um grupo de indígenas, das etnias Kayapó e Munduruku, decidiu protestar, hoje, durante a audiência que discute a construção da ferrovia Sinop-Miritituba, a “Ferrogrão”. O debate foi no Centro de Convenções de Novo Progresso, no Sul do Pará.

Os indígenas chegaram ao local entoando cânticos contra a forma como a ferrovia está sendo discutida. Eles reclamam que a audiência pública, convocada pela Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado, não respeitou o direito à consulta prévia dos povos tradicionais, previsto em convenção da Organização das Nações Unidas.

Os indígenas ocuparam o Centro de Convenções e ouviram provocações dos parlamentares presentes. Segundo divulgado pelo portal G1, do Pará, o deputado estadual Toni Cunha (PL) afirmou que os indígenas estavam no local a mando de ONGS e que deveriam ir trabalhar. Já o deputado paraense Wescley Tomaz (Avante) acusou os indígenas de viverem de “esmola da Funai”.

As falas geraram reações nos manifestantes. “Nós, indígenas, somos estudantes, enfermeiros, advogados, ministros e deputados, mas queremos água limpa, floresta em pé e vida para os nossos filhos”, disse Alessandra Korap, liderança do povo Munduruku, ao se mostrar contrária à construção da Ferrogrão.

Conforme Só Notícias já informou, a ferrovia com mais de 900 quilômetros de extensão foi projetada para escoar a produção de grãos das regiões Centro-Oeste e Norte de Sinop para o porto de Miritituba, em Itaituba (PA). O debate foi sugerido pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA).

A Ferrogrão está parada desde março de 2021 em razão de uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI 6553), movida pelo PSol no Supremo Tribunal Federal (STF). O partido questiona a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim (PA) para passagem dos trilhos. A ferrovia para escoar a produção agrícola do Mato Grosso até o Pará faz parte do novo Plano de Aceleração do Crescimento lançado pelo presidente Lula, ainda que a depender de condicionalidades relacionadas ao meio ambiente.

No mê passado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, participou do lançamento das obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e, durante a solenidade, no Theatro da Paz, em Belém, defendeu a ferrovia. Segundo ele, o empreendimento é oportunidade de emprego e desenvolvimento para a região.

Em agosto deste ano, o STF finalizou um relatório que propõe a realização de compensações ambientais e a oitiva de indígenas para solucionar o impasse sobre a construção da Ferrogrão. As sugestões foram elaboradas pelo Centro de Soluções Alternativas de Litígios da Corte após o ministro Alexandre de Moraes enviar o caso para conciliação judicial e determinar a suspensão da Lei nº 13.452/2017, que alterou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia. No momento, a ação está suspensa e os estudos para implantação da ferrovia poderão ser atualizados.

Receba em seu WhatsApp informações publicadas em Só Notícias. Clique aqui.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Comissão aprova redação final de projeto que proíbe celulares em salas de aulas de MT

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da...

Governador autoriza investir R$ 73 milhões para asfaltar rodovia de Mato Grosso

O governador Mauro Mendes autorizou o asfalto novo em...

Coronel que chefiou regional de Nova Mutum é novo comandante geral da PM

O governador Mauro Mendes definiu, esta tarde, que o...
PUBLICIDADE