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Delator da Ararath diz ter emprestado R$ 10 milhões a José Riva

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O empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça” (foto), presta depoimento, esta tarde, na capital, na condição de testemunha de acusação em uma audiência de instrução e julgamento da ação penal decorrente da Operação Imperador. Esta ação investigou um esquema de desvio de dinheiro na Assembleia Legislativa com prejuízo apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) em R$ 62 milhões. Mendonça é delator na Operação Ararath, da Polícia Federal.

O delator da Ararath foi questionado pela juíza Selma Rosane sobre o valor total de dinheiro que emprestou para José Riva. "Acredito, não tenho isso levantado, documentado, acredito contando com esses valores que ficaram pra trás que foram aproximadamente R$ 10 milhões", revela Mendonça. Os empréstimos começaram em 2005 e se estenderam até 2009 quando Riva já não estava mais honrando com os pagamentos.

Ele revelou que teve negócios com José Riva. Ele fez um empréstimo ao então deputado no final de 2005 no valor de R$ 2 milhões. Mendonça disse que foi apresentado a Riva por Eduardo Jacob. "O empréstimo foi quitado meses depois. Mas depois foram feitos outros empréstimos, cada vez que ele me pedia empréstimos eram cerca de R$ 500 mil", revelou Júnior Mendonça explicando que no primeiro negócio que fez com Riva o então deputado deu sua casa como garantia. Depois, Riva pegou a casa de volta porque Janete Riva queria o imóvel. Mendonça explicou que Riva passou então a dar como garantir cheques em nome dele. Sempre que fazia o empréstimo fazia parcelado em valores entre R$ 200 mil e R$ 300 mil.

Depois o Edemar Adams (falecido em 2010), que era secretário-geral da Assembleia, foi quem passou a quitar os empréstimos feitos por José Riva junto a Júnior Mendonça. "Em algumas vezes eu peguei com o senhor Ademar na Assembleia Legislativa, na secretaria geral", afirma Mendonça ao explicar sobre os pagamentos que recebia pelos empréstimos feitos a José Riva.

De acordo com Júnior Mendonça, em algumas vezes Riva disse a ele que precisava do dinheiro para atender as "necessidades do sistema" e cumprir "compromissos com a imprensa". Quando deixou de emprestar dinheiro ao então presidente da Assembleia Legislativa, Mendonça disse que ainda ficou com créditos junto a José Riva. Em algumas vezes Riva dizia a Mendonça que tinha negócios envolvendo gado e era essa a fonte do dinheiro que ele usava para pagar os empréstimos. "Na verdade, nunca procurei saber a fundo de onde era a origem do dinheiro".

Os empréstimos que Júnior Mendonça fazia a Riva eram por meio de depósitos bancários na maioria das vezes. Quando ia buscar os pagamentos na Assembleia, Mendonça disse que recebia de Edemar Adams, mas depois de sua morte, José Riva era quem o recebia e efetuava os pagamentos.

Mendonça foi questionado pelo promotor Marcos Bulhões se José Riva também fazia empréstimos com outras pessoas. "À época fiquei sabendo que ele também era tomador do mercado e tinha fama de ser bom pagador".

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