O prefeito Juarez Costa (PMDB) fez um pronunciamento, esta noite, na prefeitura, se defendendo nas investigações da Operação Sorrelfa, desencadeada hoje pelo Ministério Público Estadual (MPE) para investigar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O gestor, acompanhado da mulher e secretária de Assistência Social, Ivone Costa, além dos dois filhos, criticou a operação e a classificou como um ato “politiqueiro”, tramado, segundo ele, pelo governador Pedro Taques (PSDB) e um deputado federal e “seus asseclas”. Ao final do pronunciamento, que durou cerca de 30 minutos, deixou o local sem abrir espaço para perguntas dos jornalistas.
Juarez detalhou ainda como ocorreu a operação, mas não especificou quais documentos foram apreendidos pelos policiais que passaram mais de 4 horas em sua casa. Eles também fizeram apreensão em seu gabinete na prefeitura. “Me preparava para ir trabalhar, quando percebi dois drones sobrevoando a minha casa. Cerca de 10 minutos depois chegou o Gaeco, pedindo para fazer uma busca na residência. Determinei que tudo fosse deixado à disposição dos policiais”.
O prefeito afirmou que esperava a operação, que, segundo ele, vinha sendo “anunciada” por um adversário político há vários dias. “Eu e minha família sabemos que é algo politiqueiro. Por várias vezes um deputado federal (sem citar o nome) anunciou, e muito sabem disso, que estavam tratando de trazer o Gaeco para me prender. Quem não deve, não teme. O que eu conquistei é meu. Conquistei com meu suor e de minha família”.
O gestor confirmou que é dono de um apartamento Em Balneário Camboriú (SC) e declarou que possui um rendimento anual de aproximadamente R$ 1,5 milhão. O imóvel, segundo ele, também foi visitado pelos agentes do Gaeco. “Acham que eu e a minha esposa só temos o rendimento da prefeitura? Alguém sabe que eu tenho rádio desde 2007? Por que não denunciaram a minha rádio em Mirassol D’Oeste? Por que não denunciaram a rádio que eu vou abrir em Cláudia? Por que não denunciaram a minha rádio em Juscimeira, que tem concessão desde 2001?”.
Para Juarez, a operação coincidiu com a reta final da campanha eleitoral no município e diz que adversários "estão por trás de todo este circo armado. O governador, sabendo que eu era amigo do Silval (ex-governador que está há um ano preso por corrupção), já começou, no primeiro dia de governo, a levantar as coisas na prefeitura de Sinop e não encontrou nada de errado. De repente, vem uma armação dessa. Pedro Taques e estes deputados, que deveriam estar trabalhando por Sinop, não pensem que vou esmorecer”.
O Ministério Público confirmou que um dos principais alvos da Operação Sorrelfa é o prefeito Juarez Costa. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em Sinop e três em Santa Catarina. As ordens foram expedidas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Os Gaecos de Mato Grosso e de Santa Catarina participaram da operação, bem como o Núcleo de Ações de Competência Originária formados por 9 promotores de justiça, 2 delegados de polícia, 35 policiais militares e civis.
Os policiais estiveram na prefeitura, no gabinete do prefeito Juarez Costa, e da secretária municipal de Assistência Social, Ivone Costa. A equipe do GAECO ficou na casa do prefeito por mais de 4 horas (a operação iniciou por volta das 13h). Os agentes deixaram o local por volta das 17h50, levando alguns documentos, cujo teor não foi informado.
Os promotores e delegados que estiveram na operação não conversaram com os jornalistas ao saírem da casa do prefeito. Não foram informados os demais locais em Sinop onde as equipes cumpriram os mandados judiciais. Uma equipe teria ido a um posto de combustíveis. A assessoria do MP informou, ao Só Notícias, que não está prevista entrevista coletiva e que há poucos dados das investigações.
O nome da operação, Sorrelfa, tem os seguintes significados: "disfarce ou artifício para enganar; que ou quem é muito apegado ao dinheiro; que ou quem é manhoso".
Juarez Costa faz pronunciamento, equipes do GAECO fazem buscas e apreensões em sua casa e na prefeitura de Sinop
