O Senado acaba de aprovar, por 61 votos a 20, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) por ter cometido crimes de responsabilidade por contratar operações financeiras e baixar decretos orçamentários sem autorização do Congresso. Michel Temer assume oficialmente como presidente até a conclusão do mandato. A posse é hoje à tarde. Dilma deixa oficialmente de ser presidente a partir desta decisão dos senadores. Ela estava afastada provisoriamente desde março.
Os votos da bancada de Mato Grosso foram favoráveis. Os votos pelo impeachment dos senadores José Medeiros (PSD) e Cidinho (PR – que ocupa vaga de Blairo Maggi) eram esperados. O senador Wellington Fagundes (PR) que foi vice-líder do Governo Dilma votou contra ela e também se posicionou pelo afastamento definitivo.
Em seguida, os senadores julgaram se Dilma ficaria impedida de exercer cargos ou se candidatar por 8 anos. Foram 42 votos favoráveis e 36 contrários. Era preciso dois terços dos votos para que ela fosse proibida de exercer outro cargo. A maioria do PMDB – maior bancada – votou para que Dilma não tivesse punição maior. Alguns peemedebistas ex-ministros de Dilma votaram para ela não ser impedida de ocupar algum cargo público nos próximos 8 anos.
"Estão fazendo uma gambiarra na lei, rasgando a Constituição, ao fatiar a votação. O ditado popular do pau que bate em Chico bate em Francisco aqui está sendo diferente. O pau que bateu em Collor não bate em Dilma", criticou o mato-grossense José Medeiros, em entrevista ao Só Notícias, referindo-se ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor que ficou impedido 8 anos de concorrer a mandato eletivo e que hoje também foi favorável a afastar Dilma.
“A governabilidade é essencial para o Brasil retomar o caminho perdido do crescimento econômico e social. Daí meu posicionamento nesta sessão. O Brasil precisa vencer a crise política. A política e a arte de saber também perdoar. Hora de avançar”, disse o senador Wellington Fagundes, por meio de sua página pessoal em uma rede social.
O senador Cidinho disse esperar “que, a partir deste momento, possamos reunificar o nosso país e acabar com as guerras de classes, entre a elite e os pobres, entre negros e brancos, entre pessoas com orientações sexuais ou religiões diferentes. É momento de pacificar o país. Superar essa crise e seguir em frente”, concluiu.
(Atualizada às 15h08)