Os deputados federais mato-grossenses também estão acompanhando o julgamento, no Senado, do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) disse, ao Só Notícias, que o depoimento dela, no Senado, na última segunda-feira, não foi convincente e que o número de votos favoráveis ao processo de impeachment e afastamento definitivo dela do comando do governo é irreversível. “Durante o depoimento ela conseguiu apenas aumentar a quantidade de votos favoráveis ao impeachment. Se antes tinham sete votos contrários, agora o número deve ultrapassar os sessenta votos. O impeachment é algo sem retorno. O país tem que virar está página e o Michel Temer [ presidente interino] deve tomar posse, na próxima quinta-feira (1º setembro). A Dilma ficará apenas para contar história nos livros de história. Ela não conseguiu explicar absolutamente nada durante o depoimento, no Senado. Parece que ela ainda está com texto antigo e não conseguiu se atualizar no andamento do processo de impeachment”, criticou.
O deputado Ságuas Moraes, do Partido dos Trabalhadores, disse que o interrogatório, no Senado, deixou claro a inexistência de crime de responsabilidade fiscal. “Não havendo este crime na nossa opinião é golpe. Foram respondidos todos os questionamentos dos senadores. Poucas foram as perguntas sobre o suposto tema que gerou o impeachment. Isso demostra que o julgamento é político. Agora, é esperar o resultado”, disse, ao Só Notícias.
Saguas avaliou ainda que o processo de impeachment é instrumento legal de julgamento de um presidenciável, porém, segundo ele, estão usando de uma forma ilegal. “Estão julgando algo que não existe. Não há crime de responsabilidade fiscal. Estão condenando alguém sem cometer crime. Na minha avaliação estão usando um instrumento legal para cometer uma ilegalidade. Neste caso, se o julgamento é politico é golpe. Nós observamos que o impeachment por conta de uma questão para favorecer pessoas e políticos corruptos que querem a salvaguarda de uma anistia para não serem incriminados”.
O deputado petista disse que não acredita na possibilidade de reverter o resultado da votação. “Se o motivo do impeachment não fosse político e não houvesse a possibilidade de anistia ou de tentar parar a operação Lava Jato, nós teríamos chances de reverter. Porém, em nenhum momento esta sendo analisado o mérito que deixou de existir há muito tempo. Por isso, acreditamos que é impossível mudar o resultado desta votação”, afirmou.
Para aprovar o impeachment serão necessários ao menos 54 senadores votarem a favor. A votação será nominal hoje, via painel eletrônico. Cada senador falará o voto. Depois, o resultado será proclamado. Se o impeachment for aprovado, Dilma perderá o mandato, ficará inelegível por oito anos a partir do fim de 2018. A tendência é que os senadores mato-grossenses Jose Medeiros (PSD) e Cidinho (PR) votem pela condenação. Wellington Fagundes (PR), que foi vice-líder do Governo Dilma, ainda não adiantou voto.