A audiência pública para buscar soluções e derrubar os entraves econômicos que estão trazendo prejuízos para produtores e pecuaristas será na próxima segunda, às 14h, na Assembleia Legislativa. A moratória da soja é uma restrição imposta por empresas associadas da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) impedindo a compra da soja dos produtores mato-grossenses que legalmente abriram novas áreas de terra a partir de 2008. “Este entrave é um absurdo, impedir que a pessoa utilize aqueles 20% que o produtor tem por direito amparado pelo código florestal. Isto é uma barreira, uma limitação não só para os produtores, mas para o desenvolvimento do Estado, porque o desenvolvimento de toda a região se dá por conta do crescimento agrícola. Então se o produtor não tem condições de explorar essas áreas, que por direito ele pode utilizar, amparado pelo código florestal, você tranca e impede o desenvolvimento, a geração de empregos, a geração de renda, de divisas, de impostos, enfim, desta forma o setor murcha ao invés de crescer e nós queremos exatamente o contrário, criticou, ao Só Notícias, o presidente do Sindicato Rural, Ilson Redivo.
Ele acrescentou que o forte crescimento do setor nas últimas décadas que “incomoda o mundo, os nossos concorrentes internacionais que fazem estas pressões absurdas, querendo impedir que a gente cresça”. Redivo explicou também que o assunto já foi debatido, há poucos dias, com o governador Mauro Mendes que defendeu o setor produtivo e criticou a moratória. “Foi feita uma grande reunião, onde participaram mais de 100 prefeitos para discutir este tema com o governador e cobrar dele soluções. O que não se pode permitir que empresas venham aqui impedindo o produtor de exercer o seu direito de utilizar aqueles 20% das áreas que ele tem amparado por lei”, expôs.
Mauro disse que o governo vai “tomar algumas medidas para contrapor esse problema. A primeira é fazer um questionamento e chamar as associações para um diálogo. Se não tivermos um acordo, vamos enviar uma lei para a Assembleia Legislativa de Mato Grosso que retira os incentivos fiscais das empresas signatárias da moratória aqui no Estado. E vamos fazer um debate no Congresso Nacional para mostrar esse desrespeito”, disse.
Conforme o Só Notícias, já informou, o senador Jayme Campos requereu a audiência no Senado e classificou a moratória como medidas de “matar o cidadão que abriu na sua pequena propriedade, mais de 200 hectares, agora não tem o comprador, não tem a quem vender”. “É um cartel aqui no Brasil”, atacou, ao denunciar que esse controle estaria influenciando na formação de preço do produto. Atualmente, 95% de toda a produção nacional de grãos encontra-se, segundo o senador, nas mãos dessas empresas