O Ministério Público Federal (MPF) já tem em mãos os dados acerca da movimentação financeira do Estado nos dias 3 e 4 de dezembro de 2014, quando teriam sido processadas operações que somam aproximadamente R$ 4 bilhões. O órgão instaurou inquérito para apurar supostas irregularidades cometidas nas movimentações.
De acordo com a portaria, assinada pela procuradora Ludmila Bortoleto Monteiro, os procedimentos foram adotados sem que houvesse, em tese, justificativa para tais atos. Os dados acerca das operações foram enviados à procuradora pelo Gabinete da Transparência e Combate à Corrupção (GTCC).
Para obter mais informações acerca de quais foram estas operações, a procuradora requisitou ao governo a relação de gastos efetuados entre os dias 3 e 4 de dezembro de 2014, quando o Estado ainda estava sob o comando do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). No documento, Monteiro ressalta que o volume movimentado foi constatado com base no Sistema Fiplan, que registra as operações do Poder Público.
A solicitação foi encaminhada ao GTCC, que requisitou à Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI), responsável pelo processamento dos dados, os registros dos dois dias, conforme o pedido da procuradora.
No entanto, os técnicos do MTI informaram não ser possível a aplicação de um filtro que limitasse a busca, encaminhando também os registros de todo o mês de dezembro, último da gestão de Silval. O material já foi repassado ao MPF, que agora irá apurar a ocorrência de eventual prática de improbidade administrativa.
Esta não é a primeira vez em que as movimentações financeiras nos últimos dias da gestão de Silval são alvo de investigação. Nos últimos dias de sua gestão, o peemedebista autorizou o pagamento de quase R$ 100 milhões. Parte deste valor foi cancelado com a posse do governador Pedro Taques (PSDB).