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Poucos vão às ruas em Cuiabá pelo ‘Fora Dilma’

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Bem mais modesto que os protestos anteriores, cerca de 200 pessoas marcharam da Praça Alencastro à Oito de Abril, no centro da capital mato-grossense, cobrando o afastamento definitivo da presidente Dilma Roussef (PT). Liderados pelo movimento regional “Vem Pra Rua”, “Movimento Brasil Livre” e “Movimento Muda Brasil” os manifestantes cobram – além do impeachment da chefe do Executivo nacional -penas mais duras para crimes de colarinho branco, apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro, aprovação imediata de 10 medidas contra a corrupção e o fim da imunidade parlamentar e o foro Privilegiado.

Segundo o presidente da União dos Lojistas de Shopping Centers de Mato Grosso (Unishop), Junior Macagnam, apesar das poucas pessoas, o movimento é uma quebra de paradigma ­ no sentido de que não se calou apenas com o afastamento de Dilma, pela Câmara dos Deputados, mas acrescentou algumas reivindicações a já extensa lista. “Nós pedidos celeridade nas investigações em andamento tanto pela [Operação] Lava Jato, quanto no Tribunal Superior Eleitoral (Investigação das urnas) e no Tribunal de Contas da União (análise das contas de governo), bem como pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que precisam ser instaladas e finalizadas no Congresso Nacional”.

A manifestação foi agendada com antecedência pelas redes sociais e esperava repetir a movimentação dos últimos protestos feitos na capital ­ quando cerca de 20 mil pessoas foram às ruas contra a presidente. Contudo, o movimento não contou com muita adesão, “mas isso não significa que estamos enfraquecidos ou que deixaremos as coisas andarem na velocidade que os deputados e senadores estão tentando nos imprimir. Cada uma dessas pessoas irá levar essa indignação aos seus amigos e familiares e certamente as próximas reuniões contarão com mais apoio”, pontuou Macagnam.

Os manifestantes se reuniram inicialmente na praça Alencastro e depois caminharam pela avenida Getúlio Vargas, uma das principais da cidade, e concluíram o protesto na Praça 8 de abril. Acompanhados de perto por vários policiais militares e agentes de trânsito. Devido à possibilidade de haver manifestações simultâneas, contra e pró-Dilma, a Secretaria de Segurança instalou o Gabinete de Gestão de Crise no Centro Integrado de Comando e Controle composto pelos comandantes das Polícias Militar, Civil, Politec e Bombeiros, além das instituições municipais e federais parceiras. A Secretaria de Estado de Segurança Pública organizou um esquema especial de policiamento para garantir a ordem e a segurança dos manifestantes e da população, a exemplo do que ocorreu nos outros dois protestos realizados este ano.

Antes do afastamento da presidente Dilma Roussef, as manifestações tiveram apoio da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio/MT), seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em MT (OAB/MT) e Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais de Cuiabá (BPW). Políticos como o governador Pedro Taques (PSDB), o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Guilherme Maluf e o senador e atual ministro da Agricultura (Mapa), Blairo Maggi.

A presidente foi afastada no dia 17 de maio e agora aguarda o processo ser analisado pelo Senado Federal. Com os votos favoráveis de 367 deputados, 137 contrários e 7 abstenções, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o relatório pró-impeachment e autorizou o Senado Federal a julgar a presidente da República, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade. No senado uma eventual condenação, que depende do aval de 2/3 da Casa (54 senadores), tira Dilma do cargo e a torna inelegível por oito anos.

A segunda pauta mais cobrada pelos manifestantes e que também movimentou o país – na véspera da votação do impeachment pela Câmara – foi o fim do foro privilegiado. Alvo principal da 24ª fase da Operação Lava Jato, chamada Aletheia, Lula ficou sob holofotes desde que foi levado em condução coercitiva a prestar depoimento na Polícia Federal.

As investigações em curso sobre Lula dizem respeito basicamente a três pilares principais: reformas e benfeitorias feitas pela construtora OAS em um tríplex no Guarujá, ocultação de propriedades no nome de terceiros (no caso de dois sítios em Atibaia que teriam sido adquiridos pelo ex-presidente em 2010) e “pagamentos vultuosos” feitos por construtoras beneficiadas no esquema de corrupção na Petrobras em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras. A presidente ofereceu ao ex-presidente Lula , um documento que o nomearia como Ministro-chefe da Casa Civil. Para que ele usasse em caso de necessidade.

A conversa foi revelada após o vazamento de um áudio entre a presidente e Lula por telefone.

Movimentação nacional ­ Manifestantes se reuniram também na Avenida Paulista para pedir o afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff. O Movimento Vem pra Rua, organizador do evento, e a Polícia Militar não divulgaram estimativas sobre o número de participantes.

A corporação informou apenas que mais de mil policiais, 225 viaturas e uma aeronave integraram o esquema de segurança do evento da Paulista e do ato pró-Dilma que ocorreu no Largo do Batata.

Ao longo da Paulista, em pelo menos cinco caminhões de som, representantes dos movimentos pró-impeachment discursavam com palavras de ordem como “Fora PT”, “Não vai ter golpe, vai ter impeachment” e frases de apoio ao juiz federal Sérgio Moro e à operação Lava-Jato. Um boneco gigante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, batizado de Pixuleco, e um de um militar, em referência ao Exército e ao retorno da ditadura militar no país, foram inflados.

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