Vice-líder do governo de Michel Temer (PMDB) no Senado, José Medeiros (PSD) afirmou que as acusações contra ele tentam mudar o foco do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), que está na fase do depoimento de testemunhas de defesa na comissão especial. O parlamentar lembrou em discurso, ontem, na audiência, que Dilma também chegou a ser citada em delações, mas que essa discussão não pode se sobrepor à análise técnica, em andamento do mandato dela.
O senador também alfinetou a defesa da presidente. “A ré nesse processo se chama Dilma Vana Rousseff, no entanto, como já viram que é impossível, mesmo com as testemunhas que trazem aqui, defender a presidente, mudaram o rumo da prosa, agora resolveram atacar o presidente Michel Temer. Ninguém chuta cachorro morto, mas sabe porque estão chutando? Porque já se vê uma equipe econômica dando rumo ao país, se vê os indicadores melhorando, então, vemos que tentam tirar o foco”.
Medeiros ainda acrescentou que “se foi citado o presidente (Temer), a presidente afastada foi citada que tinha pego, solicitado R$ 12 milhões do Marcelo Odecrecht, então, esse debate não enriquece, não é isso que o povo quer ver. A presidente foi citada por (Nestor) Cerveró, rapaz da UTC. Espero que aqui para frente possam fazer o que vieram fazer aqui, defender sua presidente”.
Temer afirmou que é "absolutamente inverídica" a versão dada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em acordo de delação premiada, de ter acertado doações oficiais para campanhas do ex-deputado federal Gabriel Chalita com recursos que teriam origem ilícita.
Michel também rebateu a afirmação de Machado, de assumiu a presidência do PMDB para controlar a destinação de recursos doados por um grupo frigorífico a políticos do partido para campanhas eleitorais. "Eu quero fazer uma declaração a respeito da manifestação irresponsável, leviana, mentirosa e criminosa do cidadão Sérgio Machado. E quero dizer aos senhores e as senhoras que eu falo, em primeiro lugar como homem, como ser humano, para dizer que a nossa honorabilidade está acima de qualquer outra função ou tarefa pública que exerça no momento ou venha a exercer", disse o presidente em exercício.
O grupo frigorífico afirmou também por meio de nota, que as doações foram feitas de acordo com as regras do Tribunal Superior Eleitoral.