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PF recolhe contratos e notas de políticos durante fase da Ararath em Cuiabá

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Em 12 horas de buscas da Polícia Federal na sede da construtora GMS, em Cuiabá, agentes recolheram extensa documentação relativa a imóveis que incluem transações e registros de apartamentos em nome do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), e de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, conhecido como Júnior Mendonça, delator da Ararath. Também foram apreendidas notas promissórias do deputado Mauro Savi (PSB).

O prédio da empresa foi ocupado pela Polícia Federal durante a 11ª fase da Operação Ararath, ontem. Foram vasculhadas cerca de dez salas. A coleta de documentação foi encerrada, por volta das 18h30, mas seguiu pela noite a transferência de dados eletrônicos para os arquivos da PF, feita por peritos.

A Polícia Federal costumava apreender os discos rígidos nas buscas e apreensões, o que poderia inviabilizar a atividade da empresa alvo do mandado e atrasava a análise dos dados internamente. Agora são transferidos apenas os arquivos que interessam à investigação.

A expectativa dos investigadores é que haja uma farta documentação que possa colaborar com Ararath nos arquivos eletrônicos que ainda serão analisados. Para averiguar toda a documentação guardada no prédio foram necessários dois mandados de busca e apreensão.

Um chaveiro precisou ser chamado no período da tarde para abrir algumas gavetas. As três notas promissórias apreendidas em nome de Mauro Luiz Savi estavam em um cofre, cada uma no valor aproximado de R$ 29 mil, cujo avalista era Celson Luiz Duarte Bezerra, investigado na operação.

Durante as buscas, os federais se dividiram em grupos e usavam uma lista com nome de empresas e pessoas físicas, principalmente empresários e autoridades, que era usada como base para a análise.

Os papéis que tivessem o nome de alguém da lista eram apreendidos. Foram recolhidos inúmeros documentos de IPTU e recibos.

Do ministro Blairo Maggi, foi encontrada em uma sala uma documentação de um imóvel, dados sobre transferência de apartamento para o nome dele e um termo de confissão de dívida.

A Polícia Federal não encontrou nenhuma arma durante as buscas, mas apreendeu munições e um carregador. Uma quantia pequena de dinheiro foi encontrada em uma ou outra gaveta.

A 11ª fase da Operação Ararath investiga compra e venda de imóveis suspeitos de terem sido usados para acobertar milhões de reais ilícitos, com uso de laranjas. A lavagem teria sido feita em dinheiro público desviado, usado para pagar empréstimos feitos em instituições financeiras clandestinas.

A Polícia Federal apura também a suspeita que esses recursos tenham sido usados em campanhas eleitorais.

Desde 2013, a Ararath investiga um grande esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro. A Polícia Federal ainda trabalha em 14 inquéritos que estão em andamento, em decorrência da operação.

Os empresários Marcelo Maluf, dono da Construtora São Benedito, e Georges Malouf, da Construtora GMS, foram levados para prestar depoimentos e tiveram que esclarecer compras de clientes. Nos depoimentos, nenhum deles se recusou a prestar esclarecimentos, segundo o delegado.

Outro lado
A GMS divulgou nota de esclarecimento que segue na íntegra: "O Grupo GMS Construtora, vem a público esclarecer, os fatos ocorridos na data de ontem 02/06/2016, qual teve envolvido seu nome na 11ª Fase da Operação Ararath, amplamente noticiada na imprensa. Sabendo da importância da Operação conduzida pela Policia Federal, o Grupo GMS Construtora, se colocou e se coloca a inteira disposição as Autoridades, fornecendo toda documentação solicitada e prestando os esclarecimentos necessários ao presente caso. Esclarece ainda que, o Grupo GMS Construtora é atuante no ramo da Construção Cívil, há mais de 40 anos dentro do Estado de Mato Grosso, sempre pautando seus trabalhos com respeito aos seus clientes e fornecedores, bem como cumpridora das Leis Nacionais, não compactuando com qualquer forma de ilicitude nos atos investigados. O Grupo GMS Construtora e seus sócios estarão sempre à disposição para qualquer esclarecimento que se fizer necessário junto a presente investigação”.

Só Notícias fez contato com as assessorias de Blairo Maggi e Mauro Savi, mas as ligações não foram atendidas.

Em instantes mais detalhes

(Atualizada às 18:24h)

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