O governador Pedro Taques (PSDB) afirmou que a Constituição Federal foi cumprida, ao Senado admitir, esta madrugada, a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que agora fica afastada por até 180 dias. Ele adiantou que já deve se reunir, em data a ser confirmada, com o presidente interino Michel Temer (PMDB), que assumiu hoje, em disse acreditar que com o novo modelo econômico a ser implementado, Mato Grosso consiga reverter o desemprego e ainda receber recursos decorrentes de dívidas com a União.
Taques lembrou que foi “o primeiro governador a defender o impeachment da presidente Dilma, quando muitos criticavam. Na reunião com ela e todos os governadores, eu defendi o impeachment dizendo que ninguém está acima da lei, nem eu. Agora todos são favoráveis. Mas isso faz parte da política, da democracia. A Constituição fui cumprida, não há que falar em golpe, mas cumprimento da Constituição. Violou-se, a Câmara autorizou, o Senado admitiu e ela será afastada por até 180 dias”.
Ele lembrou que conhece Michel Temer “há mais de 25 anos, foi meu professor, meu chefe em São Paulo quando fui procurador do Estado, esperamos que ele possa entender o barulho das ruas, entender o que cidadão deseja. O cidadão deseja uma sociedade livre de corrupção, apesar da existência dela. Uma sociedade que tenha mais gestão. O Brasil precisa ouvir o que cidadão tem a dizer. Quem ganhou com esse impeachment? O cidadão que defesa mudança, um futuro melhor”.
Para Mato Grosso, Taques disse ter “certeza que com uma nova política econômica vai se diminuir o número de desempregados, a União vai poder passar mais recurso, que está nos devendo. Estou muito otimista com o próximo presidente […] Conversei com ele, duas, três vezes durante o processo do impeachment. Conversamos sobre as necessidades de Mato Grosso. Tenho uma conversa com ele já marcada, para mostrar que Mato Grosso ajuda muito o Brasil. Agora o Brasil precisa ajudar mais Mato Grosso”.
A admissibilidade do processo foi aprovada no Senado pelo placar de 55 a 22. Na nova etapa, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, passa a ser o presidente do processo, sendo também a última instância de recursos na Comissão Processante. “O processo volta para a comissão, sendo que a instância máxima será o presidente do STF. Se houver alguma questão de ordem que eu indeferir, o recurso será apresentado a ele. Ele passa a ser o presidente do julgamento do impeachment”, explicou o presidente da comissão especial, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).
Michel Temer fica no comando do Executivo até o encerramento do processo. A comissão pode interrogar a presidenta, que pode não comparecer ou não responder às perguntas formuladas.