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Ex-governador voltará a prestar depoimento em CPI esta tarde

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O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) voltará a ser ouvido, esta tarde, pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Copa do Mundo. Ele participou da sessão, realizada ontem. No entanto, devido a quantidade de perguntas, cerca de 150, o ex-governador retornará à CPI para conclusão dos trabalhos. Silval, que está preso acusado de fraudes na concessão de incentivos, recebeu autorização da Justiça para comparecer à Assembleia.

Logo no início da reunião de ontem, a defesa de Silval pediu e a CPI autorizou que ele respondesse às perguntas sem assinar o termo de compromisso, no qual se obriga a dizer a verdade. O presidente da CPI, Oscar Bezerra (PSB), disse que “é preocupante que ele não tenha assinado, mas os deputados membros acreditaram ser legítimo o pedido. Ele respondeu todas as perguntas, não se negou a nenhuma resposta”.

Silval alegou que como responde a processo na Justiça, a medida tem o objetivo de garantir a não produção de provas contra si. Bezerra reforçou que a CPI das Obras da Copa encerrará sua fase de oitivas amanhã e deve concluir o relatório até o final do mês de maio. “Vamos encerrar as oitivas, fazer o relatório até o final de maio e em junho queremos entregar e divulgar o resultado dos trabalhos”. 

Silval iniciou o depoimento fazendo um relato do que ele chamou de “avanços” registrados ao longo do seu governo e em relação à preparação para a Copa do Mundo de 2014, admitiu que houve falhas, mas assegurou que deu atenção especial a Secopa desde a hora em que assumiu o mandato e que os secretários tinham autonomia para atuar, mas que sempre acompanhou tudo de perto.

Entre as falhas admitidas por Barbosa em relação a Arena Pantanal, por exemplo, estão duas, primeiro a falta de previsão de drenagem, uma vez que a área era alagada, e, depois, o projeto não previa uma fundação compatível com o volume da obra. Outros entraves, ainda segundo Barbosa, ocorreram por conta das diversas interferências da FIFA que “sempre fazia exigências de mudanças que também contribuíram para onerar e alargar os prazos das obras”.

Sobre custos do VLT, Barbosa disse que nunca admitiu que foi orçado em R$ 696 milhões e que a estimativa foi de R$ 1,2 bilhão. “Tínhamos uma estimativa de R$ 1,2 bilhão, eu corri atrás e cheguei a R$ 1,150 bilhão e a licitação ficou em R$ 1,477 bilhão”, disse.

O deputado Wilson Santos (PSDB) questionou sobre o empenho do ex-governador na mudança do modal de BRT (Busines Rapi Transit)  para VLT (Veiculo Leve sobre Trilhos) e ouviu de Barbosa: “optamos pelo que havia de melhor em transporte público”.

Silval e o deputado Perry Taborelli discutiram durante a sessão. O parlamentar estadual chegou a chamar o ex-governador de “ladrão” e o mandou calar a boca. O presidente da CPI cortou o microfone do parlamentar, que saiu da sessão indignado.

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