O déficit de 115.119 moradias para famílias de baixa renda em Mato Grosso pode ser resolvido com o projeto Habitação Social de Madeira (HSM), previsto para ser lançado no próximo mês. Além de sustentáveis ambientalmente, as edificações em madeira custam 30% menos que as construções de alvenaria e o projeto foi detalhado para 19 estudantes do 10º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Várzea Grande. A iniciativa foi apoiada pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem).
“Incluir no curso de Arquitetura uma disciplina específica (Introdução de Projeto de Arquitetura em Madeira) para madeira nativa, como fez o Univag, é muito importante para o setor de base florestal de Mato Grosso, pois incentiva o uso da madeira na construção civil”, analisou o presidente do Cipem, Ednei Blasius. A madeira é um material versátil e pode ser empregada em várias etapas das obras, desde aquelas em estágio temporário até estruturas definitivas. “Sua aplicação vai desde a utilização de tábuas de caixarias, escoramentos, formas, andaimes, até vigas, caibros, vigotas, pranchas e, por fim, na etapa final de maior agregação de valor, que é a decorativa, destacando os produtos acabados de forros, decking, ripados, batentes, pisos, assoalhos, tacos, entre outros”, detalha.
Durante a aula de encerramento da disciplina de Arquitetura em Madeira, foi apresentado protótipo criado e implantado na região Norte do país. No município de Pimenta Bueno, em Rondônia (RO) foram construídas, por exemplo, 12 casas de 52 metros quadrados (m2) com custo médio 30% menor que as edificações tradicionais de alvenaria, sendo orçadas em R$ 61.750 por unidade habitacional. A madeira ainda é utilizada de forma secundária e o HSM veio para fechar essa lacuna, informa a assessoria do CIpem.