O deputado federal mato-grossense Ságuas Moraes (PT) denunciou, no final desta manhã, uma suposta manobra de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi afastado do cargo de deputado federal e da presidência da Câmara por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, esta manhã. A sessão ordinária foi encerrada de forma abrupta pelo vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA).
Segundo o petista, o encerramento da sessão ocorreu para que os deputados não repercutissem o afastamento de Eduardo Cunha. “O Waldir Maranhão encerrou a sessão sem justificativa. Cortou o som dos microfones e a transmissão da TV Câmara e da Rádio Câmara para impedir que os deputados pudessem discutir o afastamento do Eduardo Cunha decretado via liminar do ministro do Supremo, Teori Zavascki, nesta manhã”.
Para Ságuas, a ação do aliado de Cunha demonstra que, mesmo afastado da presidência da Câmara e do mandato, o pemedebista continua a manobrar para fazer prevalecer seus interesses dentro da Casa. “Derrubar a sessão é uma forma de impedir que denunciemos da tribuna ao país e ao mundo, quem é esse deputado acusado de corrupção que manobrou e conduziu o golpe contra a democracia no Brasil e agora é afastado pela justiça”.
Ságuas também ressaltou que Eduardo Cunha já deveria ter sido afastado, mas apesar da demora a Justiça começou a ser feita. “A retirada de Cunha de suas funções chegou de forma tardia. A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao STF o afastamento dele em dezembro do ano passado. A decisão veio tarde, mas foi feita a Justiça. Agora é aguardar a pronúncia final do plenário do Supremo que deve ocorrer ainda hoje”.