O Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, há pouco, em Cuiabá, a operação Rêmora, para combater fraudes em processos licitatórios em Mato Grosso. A assessoria do MP informou ao Só Notícias que a justiça ordenou 39 mandados que estão sendo cumpridos entre prisões, conduções coercitivas e buscas e apreensões. Estão sendo investigadas fraudes em cerca de 20 obras de escolas estaduais. "O esquema contava com 23 empresários na formação de cartel e mais de 20 obras suspeitas de irregularidades. Algumas chegavam a R$ 6 milhões. O cartel operava na base de propina. As fraudes ocorreram na gestão de Silval e teriam continuado".
O MP confirmou que "foi expedida ordem de prisão contra o empresário Geovani Guizardi, dono de uma construtora", assim como o empresário no setor da construção e ex-deputado estadual Moisés Feltrin (que já foi presidente da Assembleia Legislativa na década de 90). A assessoria também apontou, inicialmente, que "foram presos dois servidores da Secretaria de Estado de Educação: Fabio Frigeri e Moises Dias da Silva". Porém, Wander Luiz dos Reis, está foragido (anteriormente havia sido noticiado que ele foi preso).
O MP informou também que foram emitidas ordens de condução coercitivas para os empresários Leonardo Guimarães Rodrigues e Luiz Fernando da Costa Rondon serem levados para prestarem depoimentos. O GAECO acusa ambos de Foram cumpridos mandados de apreensões em duas empreiteiras e na Secretaria de Educação.
O Gaeco enviou à justiça gravações de reuniões entre os acusados e vem investigando o esquema desde abril de 2015. O Grupo de Combate ao Crime Organizado destacou "o papel preponderante de Giovani Belatto Guizardi que foi elencado pela organização criminosa como a pessoa responsável pela arrecadação da propina que era paga pelos empreiteiros com a finalidade de garantir o êxito no recebimento pelas medições subsequentes das obras contratadas pela Seduc (Secretaria de Educação). Enfatizou, ainda, que ficou devidamente comprovado que após o pagamento por parte da Seduc aos empreiteiros o valor de (inicialmente 5% e posteriormente de 3%) era devolvido a parte da organização criminosa através do arrecadador da propina Giovani", diz o Ministério Público.
O GAECO investiga fraudes em 7 obras em Cuiabá, 5 em Várzea Grande e 11 em cidades no interior.
Rêmora
O nome da operação do GAECO "é o nome vulgar dos peixes da família Echeneidae, que possuem a primeira barbatana dorsal transformada numa ventosa, com a qual se fixam a outros animais como tubarões ou tartarugas, podendo assim viajar grandes distâncias"
Em instantes mais detalhes
(Atualizada às 17:54h)