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‘Vai perder praticamente a metade’

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Prefeitos de municípios mato-grossenses que vão ter sérios impactos negativos se criada nova reserva indígena Kapôt Nhinore, entre Mato Grosso e Pará, acabando com 200 fazendas (grande parte delas produtivas) criticaram o início do processo de demarcação da área, por parte da Funai. Eles afirmam que os municípios interessados não foram consultados antes de Funai aprovar os estudos de identificação e demarcação das terras, em julho. A prefeita de Santa Cruz do Xingu, Joraildes Soares de Sousa, afirma que o município não foi comunicado sobre o início dos estudos antropológicos e que não há indígenas na região. “Há pessoas que moram em Santa Cruz do Xingu há mais de 40 anos e nunca viram um índio. A gente não entende por que agora eles colocaram esse estudo e querem dizer que Santa Cruz tem índio. Santa Cruz vai perder praticamente a metade do município”, criticou a prefeita. O prefeito de Vila Rica, Abmael da Silveira, reclamou da falta de critérios para o início da demarcação e de possíveis prejuízos aos proprietários. “Aparentemente sem critério nenhum, alguém apresenta como área onde viveu o índio e demarca essa área. Meus pais receberam uma escritura há 40 anos e hoje somos ameaçados nesta terra”, disse o prefeito. A comissão externa da Câmara dos Deputados fará nova audiência pública na próxima 3ª feira para tratar dos impactos.

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